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  • 1. The Frost-Giant’s Daughter (A Filha do Gigante de Gelo).
    Escrita por REH, adaptada e publicada por Lyon Sprague De Camp, em 1953. Charles Hornig publicou em março de 1934 na “The Fantasy Fan” com o nome de “Gods of the North”. Conan é convertido em Amra de Akibatana. Publicada na integra com seu nome original, bem como o de Conan no volume, “Rogues in The House”, de 1976, do editor Donald M. Grant. Local da aventura: Nordheim. Resumo da Aventura: Conan luta ao lado dos aesires contra os vanires. Logo após a contenda, ele persegue a filha de Ymir, uma bela jovem chamada Atali pela neve. Idade: 16 anos de idade, logo após “O Cerco de Venarium”, quando Conan tinha apenas 15 anos. Observação: Em uma carta de 1936, Howard descreve que Conan, com então 15 anos de idade, participou do “Cerco a Venarium”, quando os cimérios, unindo-se por um “Feudo de Sangue”, expulsaram os Gunderlandenses de suas terras. Conan tinha 1,83 de altura e pesava 81 kg. Depois disso, ele teria passado pela hiperbórea, onde foi escravizado, tomando um ódio por esse povo e pela escravidão. Depois, ele teria ido para o norte, antes de se dirigir ao centro-leste, quando iniciou sua carreira como ladrão.
  • 2. The God in the Bowl (O Deus na Cesta ou O Deus na Urna).
    Escrita por REH em março de 1932, mas publicada após sua morte, em 1952, na “Space-Science-Fiction”. Local da aventura: Numalia, no reino da Nemédia, passando depois pela Corinthia. Resumo da Aventura: Aventura detetivesca, onde Conan é acusado de tentar roubar a casa de um mercador, encontrado assassinado de forma misteriosa. Idade: 17 anos, após vir do norte do continente e tentar a vida como ladrão. Observação: Temos aqui um Conan imprudente que mata uma criatura com a face de uma pessoa e o corpo de uma serpente, presa até então em uma cesta. Logo depois do ato, o cimério sai correndo dali com pressa, denotando que nunca vira algo do mundo sobrenatural até aquele momento. Menção a Toth-Amon como o dono da cesta. Por causa dessa imprudência e também em razão do temor com o sobrenatural, colocamos a narrativa antes de “A Torre do Elefante”, onde Conan conversa com Yag-Kosha. Seguimos aqui a cronologia de Dale Ripkke.
  • 3. The Tower of the Elephant (A Torre do Elefante)
    Escrita por REH e publicada na Weird Tales de março de 1933. Local da Aventura: Reino de Zamora, iniciando em um lugar denominado de Marreta (talvez localizado em Arenjun, a cidade dos ladrões). Resumo da Aventura: Conan tenta roubar o Coração do Elefante na torre do sacerdote Yara. Primeiro ele se encontra ao lado do ladino Taurus da Nemédia, depois ele fica sozinho, visto que o ladrão foi morto por uma aranha gigante. O ponto alto da aventura é a conversa de Conan com o homem-elefante chamado Yag-Kosha, que fala de raças cósmicas ancestrais. Idade: 17 anos, após a aventura anterior (data atestada por Howard em uma carta de 1936). Observação: Colocamos Conan após a outra aventura porque ele encontra a criatura conhecida como Yag-Kosha e dessa vez, ele não a ataca de forma imprudente, mas se dirige até ela, movido por sua curiosidade. Ele então decide se aproximar da criatura (claro que o homem-elefante não representa uma ameaça como a criatura do conto anterior, mas decidimos seguir essa linha de raciocínio). A conversa cósmica pode ser um primeiro amadurecimento de Conan.
  • 4. The Hall of the Dead (O Salão dos Mortos)
    Sinopse original de REH que foi divulgada por Glenn Lord em “The Last Celt”. Local da Aventura: cidade pré-cataclísmica de nome, Larsha, talvez em Zamora ou quem sabe, Turan. Resumo da Aventura: Temos aqui uma aventura em uma cidade amaldiçoada, onde Conan se encontra ao lado do capitão mercenário de nome Nestor. Idade: Entre 17 e 18 anos, quando provavelmente Conan passou pela cidade zamoriana de Shadizar. Observação: Na Marvel Comics, essa aventura se passa antes de “O Deus Na Cesta”, enquanto que na cronologia de Rippke, a trama se passa logo após. O fato é que Conan parte depois para o reino da Corinthia, onde ocorre a próxima aventura.
  • 5. Rogues in the House (Inimigos em Casa ou Vilões em Casa)
    Escrita por REH e publicada na Weird Tales em 1934. Local da aventura: alguma cidade-Estado da Corinthia. Resumo da Aventura: Conan atua como um ladrão e acaba sendo preso em meio a uma bebedeira. Logo após, ele se envolve na trama palaciana entre o arcano conhecido como Nabonidus e o nobre Murilo, piorando tal situação ainda mais com a aparição do simiesco Thak. Idade: 19 anos de idade. Observação: Muito se especulou que essa seria uma aventura no reino de Zamora, mas Howard afirma em uma carta que lá havia um regime político de despotismo, enquanto que na Corinthia, o poder político era disputado pelos nobres. Então, o próprio Howard afirma que essa disputa nobiliária inscrita no conto não poderia acontecer em Zamora, mas sim na Corinthia. Não iremos contra a fala do criador da obra.
  • 6. The Bloodstained God (O Deus Manchado de Sangue)
    Fragmento de REH que foi finalizado por De Camp e publicado em “Conan of Cimmerian”. Local da Aventura: Iniciando-se na cidade de Arenjun, em Zamora. Resumo da Aventura: Conan, atuando novamente como um ladrão, invade um templo em uma cidade pré-cataclísmica. Idade: 19 anos. Observação: De Camp pegou elementos de uma narrativa de Kirby O’Donnell, chamada de “The Curse of the Crimson Good”, publicada somente em 1976. Ele colocou elementos fantásticos nela, que pode ser chamada de “A Maldição do Deus Púrpura”. Não havia essa narrativa na maior parte das cronologias e decidimos colocar aqui devido a coerência geográfica, visto que Conan parte daqui para Turan, onde ocorre a próxima aventura.
  • 7. The Hand of Nergal (A Mão de Nergal)
    Sinopse incompleta escrita por REH e finalizada por Lin Carter. Local da aventura: Turan Resumo da Aventura: Trata-se de uma luta entre um satrapa rebelde chamado Munthassem Khan e Conan, aliado do sábio Atalis de Yaralet. Conan usa aqui o Coração de Tammuz, um amuleto com a alma de um deus contra a Mão de Nergal, amuleto com a presença de outro deus, em posse de Munthassem. Idade: entre 19 e 20 anos. Observação: Até aqui, as aventuras de Conan se situaram no “centro-leste” (mais próximo ao Mar Vilayet), entre os reinos de Zamora, Corinthia e Turan, principalmente, após ele vir do norte do continente. O lado ladrão de Conan está presente em todas essas aventuras.
  • 8. Queen of the Black Coast (A Rainha da Costa Negra)
    Escrito por REH e publicado na Weird Tales em março de 1934. Local da Aventura: Argos inicialmente. Na costa negra após o encontro com Bêlit. Resumo da Aventura: O primeiro capítulo trata de quando Conan foge da guarda e da lei em Argos, entrando a bordo do navio mercante que será atacado pelo navio pirata “Tigresa”, de Bêlit. Após o encontro e o ritual de acasalamento entre Conan e a capitã do navio, o cimério se aventura ao lado dela por alguns anos. Depois disso, temos o capítulo final, com a morte da capitã pirata pelas garras de uma criatura simiesca alada. Idade: entre 21 a 24 ou entre 23 a 24. Observação: Aqui temos um problema espacial. Conan estava na região de Zamora e/ou Turan e aparece no início dessa aventura em Argos, localizada na costa ocidental do continente. Uma aventura escrita por Roy Thomas e publicada pela Dark Horse mostra o cimério viajando para o oeste, explicando esse lapso de tempo-espaço, em que Conan sai do “centro-leste” para chegar no oeste do continente. A idade do cimério e o tempo que passou com Bêlit é motivo de controvérsia também. Na versão da Marvel, Conan parece um pouco mais jovem do que citado na cronologia de Dale Ripkke, que o coloca com 23 anos quando conhece a capitã pirata (nas HQs da Casa das Ideias isso oscila, entre 21 a 22 anos para o encontro inicial). Existe um pastiche de Paul Anderson que trata dos anos de aventuras do cimério com Bêlit. A Marvel igualmente fez tal movimento em suas narrativas, com aventuras de Conan e Bêlit pela costa negra.
  • 9. The Vale of Lost Women (O Vale das Mulheres Perdidas)
    Escrita por REH, mas publicada apenas na “The Magazine of Horror”, na primavera de 1967. Local da Aventura: Reinos Negros, ao sul da Estígia. Resumo: Conan aparece aqui como aliado da tribo Bamula, mais especificamente uma espécie de líder dos seus integrantes. Tudo começa com um pedido de Lívia, uma jovem de Ophir, que seja se livrar do jugo do rei Bajuj, da tribo dos Bakala. Idade: Entre 24 e 25 anos. Observação: Temos aqui o início das aventuras de Conan na região sudoeste do continente, após a morte de Bêlit. Temos um cimério mais maduro do que quando conheceu a capitã pirata.
  • 10. The Snout in the Dark (O Focinho no Escuro)
    Temos aqui uma sinopse incompleta de REH. Ela foi finalizada por Lin Carter e Lyon Sprague De Camp. A sinopse foi publicada em “The Conan Chronicles”, Vol 1, de 2000 e o fragmento de Howard em “The Coming of Conan the Cimmerian”, pela Del Rey, em 2003. Local da Aventura: Reino de Kush. Resumo da Aventura: Narrativa de conspiração em Kush, envolvendo Amboola, acusado pela rainha Tananda de ser um conspirador, sendo ele assassinado pelo nobre kushita com sangue estígio Thutmés. Ele tenta matar a rainha e Conan a salva, se tornando seu amante. Conan conhece Diana, escrava nemédia da rainha e impede a moça de ser açoitada. Depois disso, o demônio de Thutmés ataca a rainha e Conan destrói a criatura. O povo se revolta contra a classe dominante e o cimério foge de Kush com sua nova amante, Diana. Idade: 25 anos. Observação: Aqui temos uma narrativa inacabada e que está associada com o espaço onde ocorre a anterior. As diferenças entre as cronologias de Miller/Clark/De Camp/Marvel e de Rippke a partir daqui ficam cada vez mais acentuadas.
  • 11. The Slithering Shadow (A Sombra Deslizante)
    Escrito por REH e publicado na Weird Tales em setembro de 1933. O título original do relato era “Xuthal of the Dusk” (Xuthal do Crepúsculo). Local da Aventura: Uma região ao sul de Darfar, em algum lugar do deserto próximo dos reinos negros, na cidade amaldiçoada de Xuthal. Resumo da Aventura: Aqui, Conan e uma escrava chamada Natala, uma brituniana estão perdidos no deserto após as lutas intestinas entre os exércitos de Almuric de Koth, súdito do rei Strabonus. Em Xuthal, Conan e Natala encontram a estígia Thalis e o monstro lovecraftiano Thog, que devora suas vítimas impiedosamente; os próprios habitantes, viciados na Flor de Lótus. Idade: entre 25 e 26 anos. Observação: Dale Rippke e outros estudiosos afirmam que essa narrativa ocorre antes de “The Devil in Iron”. Isso porque na respectiva narrativa, Conan afirma já ter estado em Xuthal. Colocamos então a trama aqui, diferente do que faz Clark/Miller/De Camp/Marvel, em razão desse fato específico. Além disso, fomos pela lógica espacial. Se Conan estava no entrono ou próximo dos reinos negros na narrativa anterior, nada mais natural que ele esteja com Natala na região sudoeste do continente. Claro que Howard não trata dos eventos que levaram Conan e a moça a ficarem perdidos no deserto.
  • 12. Drums of Tombalku (Os Tambores de Tombalku)
    Fragmento e sinopse de REH que foi finalizado e mudado por Lyon Sprague de Camp e publicado em “Conan the Adventurer”. Local da Aventura: Acontece em Gazal e em Tombalku, localizadas ao sul da Estígia. Resumo da Aventura: Temos aqui o aquilônio Amalric e a jovem Lissa como personagens importantes. A cidade está em ruinas e apenas a Torre Vermelha está de pé. Seria uma cidade fundada por homens que vieram da parte sul de Koth, que foram expulsos porque queriam fundar um culto a Mitra no local. Um demônio chamado Ollam-onga residia na região desde tempos imemoriais. Conan, Lissa e Amalric vão então para Tombalku e descobrem que existem duas facções lutando na cidade. Uma de negros e outra de negros mesclados com estígios. Os primeiros adoram o demônio Ollam-onga. Existe uma relação aqui entre Conan e Amra, conhecido dessa forma na região. Idade: 26 anos. Observação: Se na Marvel e na cronologia de Miller/Clark/De Camp, esse fragmento ocorre após os eventos de Xuthal, então tivemos que trazer ele para cá, até pela lógica espacial, pelo fato de Conan estar ainda situado ao sul da Estígia. Outras cronologias são bem diferentes da nossa e não estamos sugerindo que a nossa é melhor do que as demais.
  • 13. Black Colossus (Colosso Negro)
    Escrito por REH e publicado na Weird Tales em junho de 1933. Local da Aventura: Reino de Khoraja, em Shem, na fronteira com o reino de Koth. Resumo da Aventura: Narrativa clássica em que o ladrão Shevatas acorda do túmulo, num mausoléu em Kuthchemes, um mago e meio-demônio chamado Thugra Kothan. Esse ser ancestral mata o ladrão e depois cria um exército, logo ameaçando o pequeno reino governado pela princesa Yasmela, a qual o mago passa a invadir a mente. Desesperada diante de tal situação, a princesa ouve no templo de Mitra - do próprio deus ou de um oráculo que finge ser Mitra? - que ela deveria colocar seu exército nas mãos do primeiro homem que encontrasse na rua. Bem, esse homem é Conan, que decide enfrentar as tropas do poderoso feiticeiro-demônio. Idade: 26 anos, sendo aqui um Conan bem experiente, apesar de imprudente como mercenário, mas sagaz como líder das tropas. Observação: Existe um pastiche de Lyon Sprague de Camp mostrando Conan saindo dos Reinos Negros, passando pela Estígia de modo a chegar nas terras de Shem, onde se passa essa aventura. Para a narrativa seguinte, outro pastiche foi escrito por De Camp, chamado de “Shadow in the Dark”, que liga a saída de Conan de Khoraja até a próxima narrativa howardiana. De qualquer forma, temos essa narrativa sempre vinculada a próxima.
  • 14. Shadows in the Moonlight (Sombras a Luz da Lua ou Sombras de Ferro sob o Luar)
    Escrito por REH e publicado na Weird Tales em abril de 1934. Local da Aventura: No entorno do Mar Vilayet, começando na costa e terminando em uma de suas ilhas. Resumo da Aventura: Olívia de Ophir foge do mercenário Shah Amurat e Conan persegue o homem, salvando a garota de suas garras assassinas. Logo, ambos se unem, Conan e Olívia e partem para uma ilha perto de Akif, no Vilayet. Na ilha em questão, Conan enfrenta uma criatura simiesca que vaga pelos ermos selvagens, além de estátuas de ferro amaldiçoadas que se tornam animadas sob a luz do luar. Para piorar a situação, o cimério enfrenta piratas perigosos que desembarcam igualmente na ilha. Ao final, Conan vence todos esses inimigos e ainda se torna capitão pirata, ficando com Olívia. Idade: Entre 26 e 27 anos de idade. Um Conan bastante experiente aqui, em sua fase mercenário e novamente como pirata, agora no Mar de Vilayet. Observação: Normalmente essa narrativa foi chamada nas HQs da Marvel de “Sombras de Ferro sob o Luar”, que foi seu título original.
  • 15. A Witch Shall be Born (Uma Bruxa Nascerá)
    Escrito por REH e publicado na Weird Tales em 1934. Local da Aventura: Reino de Khauran, um pequeno reino tributário do reino de Koth, localizado na parte leste do respectivo reino. Resumo da Aventura: Temos aqui uma narrativa clássica de Conan com personagens inesquecíveis. A rainha Taramis e sua irmã gêmea maligna, Salomé, ambas do reino tributário de Khauran. Temos também o mercenário Constantius e seu exército de shemitas, além de Olgerd Vladislav, líder dos famosos zuagires. Uma aventura de conspiração, com um Conan inicialmente como capitão do exército de Khauran e que percebe que a rainha Taramis foi substituída por Salomé e aprisionada. Temos aqui a famosa cena de crucificação de Conan, sendo libertado por Vladislav, se juntando aos zuagires para combater Salomé e Constantius e restituir a coroa para Taramis. A maldição da lua crescente relaciona-se a tatuagem de Salomé, que faz com que aquela que a tenha seja maligna. Idade: 29 anos de idade. Um Conan como capitão mercenário de Khauran e que se une aos zuagires nessa aventura. Ao final, ele se torna seu líder. Observação: Temos aqui um vácuo temporal, visto que Conan deixou de ser pirata no Vilayet e se tornou capitão do pequeno reino de Khauran. Um problema narrativo? Não, pois Howard não se preocupava com trajetórias. Outro ponto é que temos na narrativa, a famosa cena da crucificação, adaptada no filme de 1982, de John Millius. Conan se torna membro dos zuagires e na narrativa seguinte, ele faz parte do grupo, ainda que não seja seu líder. Aqui, temos um ponto importante. Escolhemos a ideia de que essa narrativa está cortada pela próxima. Conan se torna líder dos zuagires ao final dessa, mas em Zamboula, ele não é líder. Então a próxima narrativa acontece no MEIO dessa trama.
  • 16. Shadows in Zamboula (Sombras em Zamboula ou Canibais em Zamboula ou As Negras Noites de Zamboula).
    Escrito por REH e publicado na Weird Tales em novembro de 1935. Local da Aventura: Cidade de Zamboula, localizada na parte leste de Shem. Resumo da Aventura: Conan está em Zamboula e se hospeda na Taverna de Aram Baksh, quando canibais de Darfar o atacam durante a madrugada. A jovem Zabibi pede ajuda a Conan e o coloca contra o sacerdote de Hanuman, Totrasmek. Nesse conto ocorre a luta mortal entre Conan contra o gigante negro, Baal-Pteor. Um estrangulador profissional que é estrangulado por um cimério capaz de enforcar um touro com seus braços de “ferro”. A jovem Zabibi revela ser a princesa Nafertari, que foi ajudada por seu amado (Jungir Khan) a roubar um talismã chamado de Estrela de Khorala, propriedade do rei de Ophir. No final, Conan sai da cidade com o talismã, sem ninguém saber. Idade: 29 anos. Observação: O relato lembra um conto do ciclo de Kane, “Ratle of Bones” (onde existe um taverneiro que mata seus hospedes). O título original era “The Man-Eaters of Zamboula”. Decidimos que seria lógico que esse relato fosse um interlúdio do anterior. Aqui, Conan está inicialmente acompanhado de um zuagir e na aventura anterior ele se torna líder dos zuagires no seu final. Então, essa aventura, pelo menos em nossa cronologia, se passa no MEIO da anterior.
  • 17. The Devil in Iron (O Demônio de Ferro)
    Escrita por REH e publicada na Weird Tales em agosto de 1934. Local da Aventura: Ocorrida no reino de Turan. Resumo da Aventura: Temos aqui uma conspiração contra o líder kosak, Conan. Khosatral Kel é o antagonista aqui, um ser do cosmos que intenta implementar um culto a Dagon na Terra. O governador de Khawarizn urde um plano junto de seu conselheiro para atrair o perigoso kosak Conan a uma emboscada. O nome da isca é a bela Octavia, uma escrava que se faz de fugitiva na ilha de Xapur, onde espera uma força turaniana para pegar o cimério. Lá na ilha está o ser do cosmos e Conan precisa enfrentá-lo. Idade: 30 anos de idade. Observação: Não há em Howard uma ligação entre o fim da liderança dos zuagires até Conan se tornar líder dos kosaks. O fato é que aqui, Conan já incomoda as autoridades turaninanas como um companheiro livre, algo que ele já havia feito em Shem como zuagir.
  • 18. The People of Black Circle (O Povo do Círculo Negro/Profetas)
    Escrita por REH e publicada na Weird Tales em setembro, outubro e novembro de 1934. Publicado em “Conan the Adventurer” pela Lancer Books. Local da Aventura: Aventura ocorrida no Reino de Vendhya, onde, em Ayodhya, capital do reino, o rei Bhunda Chond agoniza, vítima de algum encantamento misterioso. Resumo da Aventura: A irmã do rei, a princesa Devi Yasmina conhece os assassinos do rei, os Videntes Negros de Yimsha, arcanos poderosos que vivem nos picos das montanhas Himelianas. Tudo parece ser obra do rei Yerdigerd de Turam e Yasmina faz um acordo com Conan, de libertar seus mercenários afghulis em troca dele ajudar com os malignos videntes que encantaram o rei. Conan enfrentará aqui os mestres do Círculo Negro. O mestre desse grupo de feiticeiros possui diversos poderes especiais: o de se mudar em serpente e também o de arrancar corações com as próprias mãos, algo que foi usado em filmes dos anos 80. No Thulsa Doon, em “Conan, The Barbarian” e no sacerdote de Khali, de “Indiana Jones e o Templo da Perdição”. Idade: 31 anos de idade. Observação: Nada mais natural colocar Conan em Vendhya após ele sair de Turan. Notar que nos últimos três contos, temos a fase de Conan como líder de bandos de guerreiros famosos de sua era histórico-ficcional: dos zuagires no fim de “Uma Bruxa Nascerá”, como kozak, em “O Demônio de Ferro” e agora como líder dos afghulis. Vamos dizer que essa fase trata de um Conan maduro e muito competente na liderança de homens de armas.
  • 19. The Pool of The Black One (O Poço Negro ou O Poço dos Negros ou O Poço Macabro)
    Escrito por REH e publicado na Weird Tales em outubro de 1933. Local da Aventura: Algum lugar na costa ocidental, entre as Ilhas Barachas e o oceano: entre a costa de Zíngara ou Argos. Resumo da Aventura: Temos aqui a saída de Conan de Tortaga, nadando até o navio “Desejo”, do capitão zíngaro chamado de Zaporavo. No navio encontra-se a sequestrada Sancha, filha do duque de Kordava. Conan intenta se tornar o capitão do navio em uma luta contra Zaporavo, seguindo as leis dos piratas. Antes disso, eles param em uma ilha mencionada no Livro de Skelos e descobrem que seus habitantes são de uma raça escurecida que convertem homens em pequenas estátuas, em um poço de águas místicas esverdeadas. Idade: Entre 33 a 34 anos de idade. Observação: Sim, existe um lapso entre a última aventura e essa. Ao sair da parte mais a leste do continente, bem como da liderança dos afghulis, Conan foi para o oeste e se tornou um pirata baracho, ficando algum tempo entre eles. Aqui, no início da aventura, seu navio parece ter sido afundado e ele nadou até o navio de Zaporavo para se tornar o capitão de seus piratas ao final do conto. De Camp e Lin Carter escreveram, “Conan, The Buccaneer” após essa aventura.
  • 20. Red Nails (Pregos Vermelhos)
    Escrito por REH e publicado na Weird Tales entre julho, agosto, setembro e outubro de 1936, logo após a morte de Howard. Local da Aventura: Em algum lugar ao sul de Kush, na cidade de Xuchotl. Resumo da Aventura: Conan e a aquiloniana mercenária conhecida como Valéria da Irmandade Vermelha se envolvem em uma rixa de sangue em uma cidade perdida ao sul dos Reinos Negros, uma rixa mortal e histórica entre dois grupos que descendem de dois grandes líderes: Tecuhltli e Xotalanc. Destaque para os degenerados líderes, Olmec e Tescela, no caso dela, uma bruxa que seria a esposa de Xotalanc e que tenta sugar a vida de Valéria para se manter sempre jovem. Idade: 34 anos de idade. Observação: Em uma carta, Howard fala da degenerescência e da decadência dos costumes e diz que esse seria seu último conto de fantasia, muito em razão da Weird Tales estar lhe pagando mal e devendo dinheiro a ele. Observa-se muito erotismo no conto, com o lesbianismo, segundo Howard, como um exemplo de decadência dos costumes que levam ao fim de uma dada civilização. Isso é constatado por uma carta que Howard enviou a Novalyne Price, em que ele diz que estava trabalhando num relato sobre uma civilização moribunda, onde suas classes superiores se voltavam para o lesbianismo e coisas do gênero. A ideia de guerreiros entrando em cidades antigas e fazendo parte de disputas entre moradores de eras ancestrais aparece também em “The Gods of Bal-Sagoth” do personagem Turlogh O’Brien, bem como em “Marches of Valhalla”, sobre os aesires Howard estaria fascinado também com a guerra do condado de Lincoln, no Novo México, de 1878, onde surge a lenda de Billy The Kid. O conflito teria ocorrido como consequência de uma disputa comercial pelo abastecimento do Condado de Lincoln, no Novo México, entre duas grandes facções de comerciantes e fazendeiros.
  • 21. Jewels of Gwahlur (As Joias de Gwahlur)
    Escrita por REH e publicada na Weird Tales em março de 1935. O nome original na escrita de Howard seria “The Servants of Bit-Yakin” (Os Servos de Bit-Yakin). Local da Aventura: Reino de Kesham, localizado a leste de Darfar e ao sul da Estígia. Resumo da Aventura: Disputa palaciana em Keshan, vinculada a umas joias chamadas de “Dentes de Gwahlur”, localizadas num templo da capital Zembabwei. Conan consegue o mapa para entrar no templo de Bit-Yakin. Temos no conto um estígio chamado Thutmekri, que deseja que Keshan ataque o reino de Punt. Temos também, Muriela, escrava shemita de Zargheba, sendo esse um sócio do estígio, além, claro, de Conan, que simplesmente quer ficar com as joias. Fora a participação da “deusa” Yelaya, na cidade. Idade: 35 anos de idade. Observação: Depois dessa trama, Conan se retira da região sul o continente e retorna para o norte, onde ele se aventurará na fronteira ocidental do continente, entre os pictos.
  • 22. Beyond the Black River (Além do Rio Negro ou A Fronteira do Fim do Mundo).
    Escrito por REH e publicado na Weird Tales em maio e junho de 1935. Local da Aventura: Noroeste da Aquilônia, entre os rios, Negro e Trovão, quase na fronteira dos Sertões Pictos. Resumo da Aventura: O último local civilizado antes do mundo picto é Velitrium, dos Aquilônios, nos chamados Caminhos Bossonianos. Os civilizados levaram colonos e pioneiros para essa região e o forte Tuscelan, na margem oriental do rio negro, seria o bastião de proteção desses colonos civilizados. Temos aqui, o encontro de um mateiro, o jovem Balthus com um experiente bárbaro Conan, que foi contratado pelos civilizados para explorar a região e verificar os constantes ataques dos pictos aos colonos da fronteira. O problema é que o poderoso feiticeiro picto, Zogar Sag unificou as tribos pictas e ele sabe muito sobre os mistérios de Jhebbal Sag, invocando criaturas antigas das florestas e conseguindo a unificação das tribos para expulsar (e matar) os colonos da região. Idade: Entre 36 e 37 anos de idade. Observação: Temos um “western” de Conan segundo muitos estudiosos do porte de Rusty Burke e Patrice Louinet. Novalyne Price afirma - em sua obra e também em uma entrevista - que Howard queria falar cada vez mais do Texas e dos colonos da fronteira. Nessa narrativa de Conan, ele estaria então tratando desses assuntos, adaptando para a Era Hiboriana. Observamos também uma homenagem ao seu velho cão, Patch ou Patcher, na aventura, meio que um valente cão que ajuda Balthus antes de morrer em meio as invasões e ataques dos pictos.
  • 23. The Black Stranger (O Estranho Negro)
    Com duas sinopses A e B de REH, que mais tarde foram publicadas. O conto original só foi publicado na “Echoes of Valor”, em 1987. Depois disso, na “Conan Chronicles”, em 2001. Local da Aventura: Inicia-se em alguma região próxima ou mesmo nos Sertões Pictos. Oeste da Aquilônia. Resumo da Aventura: Temos aqui o relato de um Conan fugindo dos pictos, em seus territórios. Ele então adentra em uma gruta, onde jaz o cadáver de um pirata chamado Trânicos, possuidor de um tesouro guardado por uma nuvem ou poeira demoníaca. Idade: Entre 37 a 38 anos de idade. Algumas cronologias colocam Conan com 39 anos nesse conto. Como ela ocorre após a narrativa anterior, colocamos com 37 ou 38. Observação: O relato original foi renegado pela Weird Tales e Howard fez um relato de piratas, com o protagonista chamado de Tercence Black Vulmea. O relato original protagonizado por Conan foi editado por De Camp e publicado na “Fantasy Magazine”, em 1953. Depois disso, ele editaria na Gnome Press e também pela Lancer, quando chamaria a narrativa de “The Treasure of Tranicos”, mudando também os nomes de alguns personagens. O pirata Strom se torna Strombani e o bruxo anônimo do relato original, se torna o grande Thot-Amon, como que um arqui-inimigo de Conan, algo que foi usado nas HQs da Marvel também. O nome do rei da Aquilônia não é mais o Namedides de Howard do conto, mas Numedides, que figuraria também na Marvel e se tornaria usual.
  • 24. Wolves Beyonder the Border (Lobos mais além da Fronteira)
    Duas versões: a versão A de REH, desenvolvida por De Camp e a versão B, original, publicada somente em 2005. Local da Aventura: Fronteiras Pictas. Resumo da Aventura: Um episódio narrado em primeira pessoa por um hiboriano nas fronteiras pictas, pela época em que Conan se aventurava por lá. Idade: 38 anos de idade para Conan. Observação: Não se trata de uma aventura de Conan, mas sim uma narrativa que faz menção as aventuras do cimério na fronteira do oeste continental.
  • 25. The Phoenix on the Sword (A Fênix na Espada)
    Escrita por REH e publicada na Weird Tales em dezembro de 1932. Local da Aventura: Tarantia, capital da Aquilônia Resumo da Aventura: Trata-se aqui de uma conspiração contra o rei bárbaro, Conan nos primeiros anos de seu reinado da Aquilônia, logo depois dele tomar a coroa do antigo monarca, o rei Namedides (chamado de Numedides nos pastiches e na Marvel). Nobres do porte de Ascalante e Dion se unem a outras pessoas proeminentes do reino, tais como o bardo Rinaldo, para afastar as tropas da capital e a guarda pessoal do rei da proteção de seus aposentos. Seus objetivos: pegar Conan desprevenido, enquanto dorme e matá-lo. Dois problemas então para o êxito da conspiração. Ascalante tinha como escravo o estígio Thoth-Amon e esse poderoso feiticeiro tinha seus poderes vinculados ao “Anel de Set”, perdido por ele, mas que estava na posse, por coincidência, do nobre Dion. Ao descobrir isso, Thoth-Amon mata o nobre, recupera seu anel e seus poderes e envia uma criatura simiesca demoníaca para matar Ascalante, no exato momento em que seus aliados atacavam o rei Conan. O outro problema aqui é que o rei bárbaro teve uma ajuda mágica do sacerdote Epemitreus (Epimetreus na maioria das narrativas), espécie de “Merlim” que jazia numa cripta no Monte Golamira e que avisou Conan do perigo em um sonho premonitório, gravando uma fênix mágica no cabo de sua espada para ele se defender de elementos sobrenaturais, o que proporciona ao cimério sobreviver ao ataque dos conspiradores, bem como também, destruir a criatura enviada pelo feiticeiro estígio. Idade: 41 anos de idade. Observação: Essa narrativa foi reescrita de uma outra trama anterior, uma narrativa do rei atlante Kull denominada de “By This Axe I Rule”. O editor da Weird Tales, Fansworth Wright havia rechaçado essa trama, por considerar que faltavam elementos sobrenaturais no texto original. Era apenas uma conspiração contra o rei e Howard inseriu Thoth-Amon, o anel mágico e a criatura simiesca demoníaca para a narrativa de seu novo personagem, ainda que Conan pareça muito com Kull em alguns momentos aqui. O estígio será mencionado por Howard em outras narrativas de Conan do porte de “O Deus na Cesta” e “A Hora do Dragão”, mas também é mencionado em narrativas de outros ciclos: Em “The Haunter of the Ring”, Howard coloca o “Anel de Set” no mundo atual e Thoth-Amon é mencionado, o mesmo valendo para “Marches of Valhalla”, dos ciclos de James Allison. Somente nos pastiches e reedições de Sprague de Camp, bem como na Marvel é que Thoth-Amon se torna o arqui-inimigo de Conan, dentro de um viés de herói versus vilão, o que INEXISTE na literatura howardiana.
  • 26. The Scarlet Citadel (A Cidadela Escarlate)
    Escrita por REH e publicada na Weird Tales em janeiro de 1933. Local da Aventura: Inicialmente na fronteira de Ophir com a Aquilônia, depois Koth e novamente na Aquilônia. Resumo da Aventura: O rei Conan da Aquilônia, à frente de uma tropa de cinco mil homens vai prestar ajuda a seu pretenso aliado, Amalrus, o rei de Ophir, que estaria sendo atacado pelas tropas de Koth, do poderoso monarca Strabonus. Tudo não passa de uma armadilha dos dois reis para capturar o bárbaro, sendo a trama urdida pelo feiticeiro Tsotha-landi, que tem sua morada na “Cidadela Escarlate”, localizada na capital de Koth, Khorshemish. Conan se vê cercado e se torna prisioneiro na cidadela, tendo que escapar pelos subterrâneos da mesma. Ali, temos um local cheio de criaturas monstruosas lovecraftianas e até uma grande serpente chamada Satha. Ali também, Conan encontra o mago Pelias, preso e catatônico há dez anos em uma raiz de Yotga, a Flor do Mal. Libertado pela espada do cimério, o mago presta seu auxilio a Conan para que ele possa retomar a Aquilônia rapidamente de modo a recuperar seu reino das mãos de Arpelo, o monarca colocado pelos três conspiradores em seu lugar. Idade: 42 anos de idade. Observação: Conan é aprisionado após suas tropas perderem suas vidas diante da traição do rei de Ophir, remetendo-se aqui a Batalha de Roncensvales, em que Carlos Magno liderou sua tropa contra os vascões, próximo a Navarra. Conan luta como nunca e Howard pode ter usado o também o evento da morte do general Custer em Little Big Horn aqui, quando o personagem histórico foi cercado por muitos índios em sua batalha final. A serpente gigante chamada Satha, que aparece no conto também seria usada em “The Valley of the Worm”, um dos ciclos de James Allison publicado na Weird Tales em fevereiro de 1934, o que levaria John Millius a usar uma serpente gigante no filme de 1982. Esse seria um dos episódios mais completos dos ciclos: com magia, bruxos, horrores lovecraftianos, batalhas épicas, traições e a astúcia de Conan na recuperação de sua coroa.
  • 27. The Hour of the Dragon (A Hora do Dragão)
    Escrita por REH e publicada em partes na Weird Tales em dezembro de 1935 e depois, em janeiro, fevereiro, março e abril de 1936. Localda Aventura: Aquilônia, Belverus, na Nemédia e Khemi, na Estígia. Resumo da Aventura: Orastes, sacerdote renegado de Mitra desperta - mediante conhecimentos mágicos inscritos no poderoso “Livro de Skelos” - a múmia ancestral de Acheron conhecida como Xaltotun. Ao ser despertada, a poderosa criatura manifesta uma peste no reino da Nemédia, matando o rei Nimed e ocasionando a ascensão de Tarascus ao trono. Este, aliado dos conspiradores, declara guerra a Aquilônia, governada há quatro anos pelo poderoso rei bárbaro de nome Conan. O pretexto da guerra é o não reconhecimento de Conan como rei, para colocar no trono aquilônio o homem chamado Valerius, “legítimo” representante por ser parente do antigo rei Numedides. Na véspera da batalha contra as tropas nemédias (de um reino que tem como símbolo a efígie do Dragão), Conan tem um sonho premonitório e seu corpo fica paralisado logo ao acordar. Um poderoso guerreiro verga sua armadura e lidera suas tropas em batalha, sendo todos derrotados e mortos pelas tropas Nemédias, auxiliadas pelos poderes mágicos de Xaltotun. Conan é dado como moto na ocasião, sendo levado como prisioneiro para Belverus, na Nemédia, aonde ele escapa com a ajuda da bela Zenóbia, consorte do harém real. A partir daqui, temos uma típica trajetória de fantasia de Conan. Primeiro ele retorna para seu reino, onde é ajudado pela curandeira Zelata, depois disso, ele se dirige até o coração da Estígia, em busca do Coração de Ahrimán, que pode destruir a múmia, estando tal artefato de posse de Tutotmés, arquirrival de Thoth-Amon e sumo sacerdote de Set, em Khemi. Antes de se apossar finalmente da joia, Conan enfrenta uma poderosa vampira de dez mil anos de existência, a poderosa Akivasha, voltando depois para a Aquilônia de modo a derrotar Xaltotun e recuperar novamente sua coroa. Por fim, ele liberta Zenóbia, tornando-a uma de suas consortes reais. Idade: 44 anos de idade. Observação: Trata-se de uma novela que foi escrita por Howard para uma possível publicação em livro na Grã-Bretanha. O editor, Denis Archer recebeu o texto em maio de 1934 e só não publicou em formato de livro porque seu editorial entrou em falência naqueles anos de depressão econômica. Sim, seria possível ver a literatura fantástica howardiana em forma de livro ainda nos anos 1930. Glenn Lord falou sobre o canibalismo literário aqui, visto que a narrativa se remete a “Black Colossus”, e, principalmente, a “The Scarlet Citadel”, algo que era comum entre escritores do porte como Dashiell Hammet e Raymond Chandler. Mesmo assim, escritores como Michael Moorcock colocaram essa obra como uma das cem melhores do gênero de fantasia. Jacques Bergier defende que teríamos aqui algum tipo de grande mal realizado por Xaltotum, um extermínio em massa na Era Hiboriana, tal como estava sendo feito pelos nazistas, mas seria muito temerário achar que Howard estivesse fazendo essa relação. A novela de Anne Rice, “Queen of the Dammed” (A Rainha dos Condenados) pode ter usado alguns elementos dessa novela de Howard. O uso do nome Akasha para a rainha dos vampiros, oriunda do Nilo, bem como a imagem dela junto de Enkil no trono, tal como a imagem de Margareth Brundage ao tratar de “Black Colossus”, com Thugra Kothan como uma figura de pedra, tendo uma bela mulher a seus pés. O que importa, é que seria o final das aventuras de Conan nas narrativas, não significando que Howard deu um fim ao cimério como rei. Vejamos o que ele nos diz sobre o final da vida do cimério, a partir de sua carta de 1936.

Conclusões a partir da Carta de Howard de 1936
       
Na famosa carta de Robert Howard do dia 10 de março de 1936 (para P. Shuyler Miller), o texano explica muitas coisas sobre o cimério Conan. Vejamos um trecho a partir da tradução de Fernando Nesser:

Quanto ao destino final de Conan, francamente não posso prevê-lo. Ao escrever estas histórias, sempre senti que não as estava criando, e sim como se estivesse simplesmente relatando as aventuras que ele me ia contando. É por isso que elas saltam de um acontecimento a outro, sem seguir uma ordem regular. O aventureiro médio, contando ao acaso as histórias de uma vida selvagem, raramente segue um plano ordenado, mas narra episódios bem separados em termos de espaço e de tempo, na medida em que ele vai se lembrando deles.

    Esse trecho é elucidativo sobre o quanto Howard não se preocupava com uma cronologia linear para Conan, pois para ele, os acontecimentos deveriam saltar para outros de uma forma sem qualquer ordem regular, como se um aventureiro médio contasse, ao acaso, sobre eventos de sua vida e de suas aventuras. Em outro trecho, Howard nos evidencia sobre o final da vida de Conan. Mais um enunciado traduzido por Nesser:

Ele foi rei da Aquilônia, penso eu, durante muitos anos, num reinado turbulento e inquieto, quando a civilização hiboriana alcançou o mais magnífico ápice e todos os reis tinham ambições imperiais. Primeiro ele lutou na defensiva, mas sou da opinião de que, no final, foi forçado a guerras de agressão, no mínimo por autopreservação. Se ele obteve sucesso em conquistar um amplo império ou se pereceu tentando, eu não sei. Ele viajou bastante, não só antes de ser rei, mas também depois. Ele viajou para Khitai e Hirkânia, e mesmo às regiões menos conhecidas ao norte da Hirkânia e ao sul de Khitai. Ele até visitou um continente sem nome, no hemisfério oeste, e vagueou entre as ilhas adjacentes. Quanto dessas andanças será impresso, ainda não posso prever com exatidão. Fiquei muito interessado em suas observações sobre as descobertas na Península Yamal; foi a primeira vez que ouvi qualquer coisa sobre o assunto. Sem dúvida, Conan tinha conhecimento de primeira mão sobre as pessoas que desenvolveram a cultura descrita, ou pelo menos sobre seus ancestrais.

    Bem, temos aqui a evidência que Howard viajou depois de ser rei e pode ter perecido após tais viagens ou durante as mesmas. Sabemos que Lyon Sprague de Camp escreveu “Conan das Ilhas” como um final de trajetória de Conan, talvez seguindo tais palavras aqui. 


Mas esse autor e editor tinha uma visão diferente de Conan daquela de Howard e foi ele que pensou essa noção de cronologia linear a partir de Miller e Clark, de organizar a vida do cimério e mais, de tentar reverberar a ideia de que Conan tinha um projeto de vida: se torna rei. Oras, Howard deixou subtendido que Conan se tornou monarca como um mero acaso e se aproveitando de uma oportunidade de momento, apesar de dizer que poderia ser rei um dia em algumas narrativas.


Termino essa cronologia com algumas palavras bem diretas. Não se trata a cronologia aqui uma palavra final sobre o assunto. Mudamos as cronologias que tivemos contato e explicamos nossos motivos para isso, mas o leitor pode ficar à vontade para seguir a sua própria ou a da Marvel, baseada em De Camp/Clark/Miller, ou quem sabe a de Dale Rippke e até mesmo de outros autores.
 

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a carreira do cimério em ordem cronológica

Esta cronologia foi organizada por Marco Antonio Collares. Pode haver diferenças quanto à outras cronologias, então abaixo seguem as referências e informações que levaram até a nossa cronologia:

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1. A visão cronológica de Lyon Sprague de Camp, em seu ensaio, “Os Nomes Hiborianos” do final do volume de “Conan the Swordsman”, da Ace Books, publicada em 1978. Trata-se de um artigo que foi baseado (com inserções de seus pastiches) no artigo intitulado de “A Probable Outline of Conan’s Career”, dos fãs howardianos (os mesmos dos mapas da Era Hiboriana e das cartas de 1936, três meses antes da morte de Howad), John D. Clark e P. Schuyler Miller. Essa cronologia foi publicada na “Savage Tales”, número dois, em 1973 e na “The Savage Sword of Conan”, número 16, em 1977.


2. As considerações do estudioso Dale Rippke, que analisou a cronologia Marvel e que, a partir dos contos howardianos, fez algumas mudanças na cronologia estabelecida pela empresa, no caso, baseada no escrito de Sprague De Camp.


3. A resposta de Howard para os seus dois fãs, mediante uma carta de 1936, em que ele fez algumas considerações e correções na cronologia dos mesmos. Por tais motivos, que tratamos de Venariun, a partir da respectiva Carta, quando Conan teria 15 anos de idade. Colocamos também, “A Filha do Gigante de Gelo” como a narrativa logo em seguida a Venariun, ainda antes de “A Torre do Elefante”, tal como está na Marvel. Lembramos que a editora Dark Horse usa a narrativa de Conan perseguindo Atali como a primeira do cimério, antes de chegar as terras civilizadas.


4. Nossas considerações na live que tivemos no Canal do Fórum, do youtube, ao lado de Ricardo Highlander. Colocamos “O Deus Na Cesta” ainda antes de “A Torre do Elefante” por algumas considerações dessa conversa, além de colocarmos “Xuthal do Crepúsculo” antes de “O Demônio de Ferro”, em razão de Conan mencionar nessa última narrativa, que esteve em Xuthal e que conheceu os efeitos de sono da flor de lótus na respectiva cidade.

Marco A. Collares

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