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CONAN, THE BARBARIAN #041

Ao salvar uma jovem de uma turba de aldeões, Conan acaba se envolvendo em uma situação que possui muitos mais mistérios do que ele imaginava.


Por Ronan Barros

Gil Kane, Ernie Chan e John Romita

"O Jardim Da Morte E Da Vida" foi publicada em Conan, The Barbarian #41 contando com roteiros de Roy Thomas e desenhos de John Buscema. Ainda em sua viagem para Zamora, Conan decide parar em uma pequena aldeia no meio do deserto onde ele pensa em descansar e saciar alguns desejos mais libidinosos. Mas, mal desce de seu cavalo e ele se depara com uma turba de aldeões perseguindo e apedrejando uma jovem moça a qual acusam de enfeitiçar e possuir os homens. A contragosto Conan acaba tomando partido salvando a garota e fugindo novamente para o deserto.


Aqui vamos aos poucos tomando notas de alguns estranhos comportamento da garota como nunca comer na frente do cimério, ficar muito cansada no escuro e se autointitular como Zhadorr sem explicar o que isto significa. Para sobreviver no deserto ela os guia para um Oasis chamado Shar-Al-Tjinn e acabam se deparando com bandoleiros que passam a persegui-los.

Quando chegam ao oásis, Conan mergulha em seu lago e percebe ossos no seu fundo. É neste momento que ele se lembra que Shar-Al-Tjinn em zamoriano significa “Os ossos dos tolos”. Ele volta a superfície acreditando que a água possa estar envenenada, mas acaba sendo abordado e rendido pelos bandoleiros que os seguiram. Em meio a tudo isto, somos levados a algumas sugestões que algo está errado com este lugar. Em especial uma estranha arvore não tropical com frutos enormes.


Quando um dos bandoleiros decide abusar da jovem, Conan consegue se libertar e é ai que descobrimos que a árvore, sob a qual estavam alojados, é algum tipo de ser que se alimentava dos homens. Ela começa a atacar a todos com cipós, galhos e gavinhas e devora-los com uma estranha boca em seu tronco. Conan consegue se livrar e incinerar o ser que, aparentemente, foge para o espaço de alguma maneira deixando, na terra, apenas um de seus frutos gigantes da qual sai uma garota idêntica a que foi salva por Conan.


Conan então percebe que ela não é humana. E, com um misto de espanto, pesar e desaprovação, a elimina da forma que consegue, trágico e melancólico quanto pode.

Esta história tem muuuitos elementos que eu gosto. A priore o elemento “weird” que nos faz ficar constantemente intrigado com os acontecimentos ao mesmo tempo que tentamos compreender o mistério, assim como uma reviravolta inesperada ao associar uma criatura com vida alienígena. Curiosamente esta é uma das historias de “The Barbarian” com a maior sugestão à libido, mesmo sem ter nenhuma cena sexual em si. O final, transcorrido em uma página com dezesseis quadros de narrativa, também consegue carregar consigo um misto de repulsa e tristeza... algo que foi muito bem capitalizado por Buscema e Ernie Chan, os artistas desta edição.


Roy thomas alega que esta história é fortemente baseada em “Shambleau” um conto de ficção e ocultismo escrito por C.L. Moore, escritora esta que também escrevia para as revistas Weird Tales e que chegou a trocar correspondências com Robert E. Howard. Roy acredita que “Shambleau” seja um dos mais poéticos e bem escritos contos de terror/aventura já escrito. Para a criatura com aspecto “árvore” no final, Roy diz ter se inspirado nas “árvores vivas e traiçoeiras” de o Mágico de Oz.


Tudo muito bem encaixado e bem escrito. Meu único, porém, seria a capa desta edição que, apesar de lindamente desenhada por Gil Cane e Ernie Chan, entrega uma spoiler terrível.

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