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CONAN, THE BARBARIAN #038

Atualizado: 10 de nov. de 2021

Perseguido por uma maldição, Conan precisa encontrar um modo para acabar com o feitiço e descobrir quem é seu verdadeiro algoz.


Por Ronan Barros

Gil Kane, Ernie Chan e John Romita

A história "O Guerreiro e a Mulher-Fera" lançada na Conan, The Barbarian #38, é mais uma adaptação livre feita por Roy Thomas do conto "A Casa de Arabu" escrito por Howard e roteirizado para os quadrinhos por Roy Thomas. Nesta história, Conan se encontra como mercenário para o Rei Yildiz e está de Volta a Aghrapur, a capital de Turan, logo após salvar a princesa Yolinda, a neta do Rei. Acontecimento este que faz Yildiz promover uma celebração em nome de Conan.


Apesar da celebração, Conan se sente totalmente deslocado perante a nobreza palaciana de Turan o que o faz ser bastante desagradável com alguns irritantes nobres ali presentes e ainda mais angustiado por estar presente da linda Amytis e seu marido Narym-Bey. Angústia causada, claro, pelo relacionamento secreto que Conan vinha mantendo com Amytis nas edições anteriores.


A celebração é interrompida abruptamente quando uma das dançarinas ameaça contra a vida de Conan e ele estranhamente começa a ouvir vozes sem saber a origem. Ele deixa a festa e segue para o seu quarto, mas é continuamente atormentado por vozes e alucinações entre estas uma estranha “Mulher-Fera”. Quando Amytis, a amante visita-o em seu quarto, ela o convence que ele está sob a maldição Lilitu, a Mulher-Fera e fala que ele pode obter ajuda de Gimil-Ishbi, um antigo sumo sacerdote do Tarim-Vivo que foi banido do reino por seu envolvimento com demônios.


Conan parte ao encontro do sacerdote sem saber que tudo era uma armação de Amytis e outro ainda não revelado. Ao encontrar o sacertode, os dois negociam os interesses. Ele o ensina um ritual para quebrar a maldição, mas, exige uma vida em troca a qual Conan, sem pensar duas vezes, paga matando o próprio sacerdote. Uma reviravolta simples e bastante cruel de Conan para com o sacerdote. Roy Thomas diz se arrepender de fazer Conan tomar tal atitude e que, se pudesse refazer esta história, colocaria o sacerdote ameaçando a vida de Conan com alguma adaga ou algo do tipo. Algo que pudesse justificar a reação de Conan. Discordo de Roy. Para mim a atitude pareceu adequada o suficiente para o que já conhecemos de Conan.


Seguindo a história, Conan realiza o ritual e acaba aprisionando uma fera ao estilo de um Lobisomem. Neste meio tempo Lilitu aparece e revela que tal fera é seu par e faz um acordo com Conan. Se o mesmo soltar seu par, ela revela o nome do responsável que lhe rogou a maldição. Conan aceita o acordo, mas acaba entrando em confronto com as duas criaturas em seguida. Momento este que Narym-Bey, marido de Amytis, aparece para tentar matar Conan e nos é revelado que ele é o responsável pela maldição rogada a Conan. Bem verdade o suspense sobre este inimigo não chega de fato a surpreender. Como já havia sido exposto que Conan tinha uma relação com Amitys, era meio que óbvio que o marido iria buscar algum tipo de vingança.


Conan vence Narym-Bey e deixa-o a sorte com as duas criaturas que ele mesmo invocou. Usa o cavalo do próprio Narym-Bey e decide abandonar seus dias como mercenário de Turan.


Apesar desta historia ser adaptada de um conto de Howard que não era de Conan, ela se enquadrou bem a ideia de Roy Thomas de seguir a linha cronológica de Conan estipulada por De Camp no artigo “An Informal History of Conan The Cimmerian”. Este artigo era uma espécie de “expansão” de outro artigo anterior chamado de “A Probable Outline of Conan’s Career” escrito por D. Clarck e P. Shuyler Miller em 1936 e que tem a particularidade de ter sido aprovado pelo próprio Howard. De Camp havia escrito que Conan abandonaria a carreira de mercenário em Turan após um ato de indisciplina de Conan ao ter se relacionado com a mulher de um dos comandantes da guarda. Roy afirmar que achou incrível como as historias parecia encaixar como mágica e que a vida de Conan simplesmente saltava em seus olhos.


A arte desta história ficou completamente a cargo de Buscema que, como sempre, faz um trabalho espetacular de anatomia e dinamismo. Destaque também para como ele representou magistralmente a Mulher-Fera que, apesar de estar sempre nua, sempre tinha seu próprio cabelo escondendo sua nudez. O que com certeza o protegeu da censura do comic code.


A história, que é simples, consegue levantar um pequeno suspense em torno da maldição, mas o grande destaque fica realmente em torno do próprio Conan e suas atitudes, seja com os nobre na celebração, seja com sua amante, seja com o sacerdote e até mesmo com a Mulher-Fera. Mesmo esta historia pertencendo a outro personagem, suas atitudes se passam muito bem como a do cimério que conhecemos. Até mesmo a morte do tal sacerdote a qual Roy hoje achou muito gratuita.

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