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CONAN, THE BARBARIAN #042

Nas ruas da Cidade dos Ladrões, Conan cruza seu caminho com Arlinna, uma jovem metida em grandes encrencas.


Por Ronan Barros

Capa de Gil Kane e Ernie Chan

Na história, A Noite do Gárgula, Conan se encontra numa cidade zamoriana apelidada de “A Cidade dos Ladrões” e aqui cabe uma nota... Na obra original de Howard a Cidade dos Ladrões é chamada de Zamora e é ela a capital do Reino de Zamora (sim, mesmo nome para a cidade e nação). Posteriormente Sprague de Camp mudou o nome desta mesma cidade para “Arejun” e passou a afirmar que a capital do reino fosse Shadizar. A Marvel aparentemente adotou a mesma ideia de Sprague, mas, pelo menos nesta história, o nome da cidade não foi revelado e ela foi o tempo todo referida apenas como “A Cidade dos Ladrões”.


Enquanto aproveitava o sabor do vinho e da carne, Conan admira ao longe uma mulher na janela com uma estranha expressão de espanto e preocupação. Neste momento a historia foca na personagem e descobrimos que ela, de nome Arlinna, está sendo chantageada por Takkim, um barão local, a realizar o roubo de uma joia de um mercador Khitano ou será incriminada pelo assassinato de um embaixador de Khitai que ela presenciou. Sem ter muitas escolhas, ela aceita a tarefa e parte para cumprir a missão que, até então, nenhum ladrão na cidade dos ladrões havia conseguido.


Mas, nunca é seguro andar sozinha nos becos da Cidade dos Ladrões e ela se torna vítima de 3 irmãos ladrões (que se parecem mais os 3 patetas) composto por um anão, um caolho e um débil. Conan surge e a salva. Numa luta sem grandes destaques a não ser o humor quase trapalhão e involuntário dos ladrões. Após a luta, Conan e Merrian (nome falso Arlinna deu a Conan), decidem seguir juntos. Merriam como pretexto de tentar esquecer as preocupações que lhe aflige... e Conan com suas verdadeiras e sinceras segundas intenções;


Ambos seguem pela cidade e Conan decide participar de um concurso de luta por dinheiro que, claro, ele vence. O casal segue o dia em bebidas e jogatina e, quando chega a noite, Conan leva Merriam para o seu quarto. Mas, o que deveria ser uma noite libidinosa, é rapidamente interrompido por Merriam que decide quebrar um jarro na cabeça de Conan. Pasmem! Eu realmente não entendi o contexto que justificasse esta atitude dela. Ela alega ter feito isto apenas porque seu tempo estava se esgotando, mas, bom, acho que bastaria ela contar seu drama a Conan ou simplesmente ter se despedido antes das coisas... digamos... esquentarem. Enfim...


Arlinna (ou Merriam como preferir) se encontra com o tal mercador Khitano se passando por outra pessoa conforme o plano criado pelo seu chantagista. O mercador lhe mostra suas relíquias em destaque para uma gárgula demoníaca de 4 braços. Quando a jovem se depara sozinha na sala com a joia que deveria roubar, ela tenta fugir com a peça, mas, descobre que todas as saídas estão fechadas. O mercador volta a sala e revela que já espera por esta atitude e que ela vai pagar por isto.

Como ela pagou não sabemos, o que sabemos é que ela liberada e é novamente salva por Conan ao tentar suicidar de uma sacada. Ela conta a Conan todo o acontecido (sério? Porque não fez isto antes?) e este decide ajuda-la contra o Barão Takkin. Neste meio tempo o mercador promove um ritual que dá vida ao gárgula de 4 braço e o envia para matar o mesmo Barão. É nesta hora que os planos do mercador e de Conan se convergem. O monstro, a controle do mercador, mata Takkin facilmente e em seguida parte contra Conan. Porém, como Conan é um oponente muito mais difícil, o mercador perde o controle sobre o monstro que, livre da influência mágica, parte para matá-lo deixando Conan e a mulher de lado.


Esta história ao todo é bem problemática, tem várias situações gratuitas, pontas soltas e algumas atitudes sem nenhum nexo. Por que Arlinna atacou Conan? Por que o mercador a deixou sair? O que ele fez com ela? Por que ela tentou suicídio? Entre outras coisas... A história é uma adaptação de um conto de Howard chamado “The Purple Heart of Erlik” e o próprio Roy Thomas alega, na introdução do omnibus lançado pela Panini, que esta história provavelmente serviria como combustível para os detratores da série. Bom, eu não sou um detrator (muito pelo contrário eu diria), mas, é inegável que aqui temos uma história pouco inspirada e cheia de problemas na sua condução. Pelo menos, e isto é fato, a arte de Buscema e Ernie Chan estão lindíssimas.

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