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A Filosofia em Conan o Bárbaro - Entre a Civilidade do Bárbaro e a Barbárie da Civilização

Atualizado: 19 de jun. de 2020

Conan e Filosofia? Assista o vídeo e entenda a relação.


Vídeo e texto por Marco Antônio Collares


Ilustração: Alexandre Jubran.

“A Filosofia em Conan, o Bárbaro: entre a civilidade da barbárie e a barbárie da civilização”, do brasileiro Afrânio W. Tegão, de 2014, da editora Baraúna, é uma obra que versa sobre enunciados específicos extraídos das narrativas literárias do escritor texano dos anos 1930, Robert Howard no que tange a sua mais famosa criação, o cimério Conan, cotejando as ideias apresentadas nas mesmas com temas filosóficos mais amplos.


Posso citar uma série de temas diretos ou implícitos, destacando-se: a oposição entre civilização e barbárie, no sentido de desvelar o quanto o personagem era mais honesto, verdadeiro e íntegro do que muitos homens “civilizados” de seu tempo; o significado da barbárie entre diferentes filósofos, com citações e análises pontuais sobre o termo; a religiosidade pagã ou cristã e a religiosidade como um todo e suas características inerentes segundo premissas universalistas, mediante a visão dos deuses da Era Hiboriana.


Além disso, observa-se também na obra: as relações de poder existentes na sociedade hiboriana, quando Conan critica a pseudo autoridade civilizada para se tornar um rei temido por sua espada, mas igualmente bom para com seus súditos; as diferenças entre poder político amparado na lei e na autoridade legítima e poder bélico amparado em critérios de justiça para com os súditos do monarca; algumas relações entre homens e mulheres existentes nas narrativas howardianas e a construção dos papéis femininos diante da virilidade masculina representada pela figura de Conan, dentre outros temas.


Tudo isso feito, claro, a partir de inferências concatenadas e bem elaboradas entre trechos das muitas tramas howardianas de Conan em comparações com certos enunciados de filósofos clássicos e basilares da tradição filosófica Ocidental do porte de Platão, Voltaire, Maquiavel, Hobbes, Rousseau, Schopenhauer e Nietzsche.

Não foi à toa, aliás, que o prefácio do livro foi escrito por Alexandre Callari, estudioso de narrativas de Conan e de Howard e também de outras tantas narrativas da cultura pop, além de um reconhecido tradutor de narrativas e um dos integrantes da editora, “Pipoca e Nanquim”, que compilou e publicou, inclusive os contos canônicos howardianos sobre Conan, pelo menos aqueles finalizados pelo escritor texano.

Callari reitera em seu prefácio o quanto esse livro possui solidez conceitual, labor intelectual e apelo filosófico que não perde em nada para qualquer tese universitária, ainda que conseguindo dialogar com o grande público e esmiuçando a contento a relação de diversos filósofos com a obra de Robert Howard e com seu bárbaro Conan, incluindo Platão, Maquiavel e Rousseau.


Dividida em seis capítulos mais as considerações finais, essa obra é fundamental para fãs, iniciantes e estudiosos em Conan e Howard, sendo um dos meus livros de cabeceira. Por isso eu convido a todos os leitores do blog a assistirem o vídeo da resenha que farei da obra nos próximos dias, esperando esmiuçar melhor o texto de Afrânio Tegão, hoje um grande amigo virtual e companheiro de estudos sobre o criador, Robert Howard e sua mais reconhecida criatura, Conan.


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