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VAMOS FALAR SOBRE CONAN - PARTE #2

Atualizado: 31 de mar. de 2021

ROTEIRO DE MARCO COLLARES PARA O PODCAST DA RAIO LASER LASERCAST 17


Por Marco Collares

Arte de Cary Nord

Barry Smith (Windsor).


Barry Smith, nascido em Londres, no ano de 1949 é um cartunista britânico, autor, quadrinista, e artista plástico, sendo muito conhecido nos Estados Unidos por suas revistas em quadrinhos, incluindo Conan e Wolverine. Em 1968, Smith, que ainda não havia adotado o nome “Windsor” viajou para New York e apresentou-se nos escritórios da Marvel Comics. Bem impressionado com seu traço influenciado por Kirby, Roy Thomas deu-lhe como trabalho uma edição de X-Men. Sem estar vinculado e um estúdio e tendo sido expulso de seu hotel, Smith foi forçado a fazer os desenhos em bancos públicos do Central Park.


As páginas resultantes garantiram mais trabalho para o ilustrador na Marvel, mesmo tendo ele que voltar para a Inglaterra no prazo de um ano, pois ele não tinha nenhuma licença de trabalhar no país. A chegada de Smith ao sucesso nos idos de 1970 foi como o artista do personagem, Conan, o Bárbaro, de Robert E. Howard. Com o próprio Thomas como escritor, Smith adaptou os contos de Howard, tendo adaptações do porte de "A Filha do Gigante de Gelo", "A Torre do Elefante", "Inimigos na Casa", e, claro, "Pregos Vermelhos” além de novas histórias criadas com Roy Thomas.



Em suas aventuras, Smith deu formas à guerreira de cabelos flamejantes de Howard, a personagem de nome Red Sonja, embora numa encarnação, em muitos aspectos diferente da concepção do autor original, visto que ela era uma habilidosa espadachim ucraniana do século XVI de nossa era histórica. Logo depois, Smith saiu dos quadrinhos e seguiu uma carreira nas Belas Artes, mas voltou várias vezes após conseguir a licença para morar nos Estados Unidos.


Windsor-Smith, como passou a ser chamado, lança, em 1974, Gorblimey Press, através da qual ele produz edições-limitadas de trabalhos baseados em fantasias que provaram ser deveras populares. Sabe-se que John Buscema foi a primeira escolha como desenhista de Conan na Marvel, mas ele mesmo conta como perdeu isso para Smith nos primeiros anos. Veja

mos:


"Eu pedi para Roy Thomas um projeto para o Conan. Ele me mandou um par de roteiros dos quais eu li e adorei. Eu disse a Roy, 'Isto é o que eu queria, algo onde eu por meus dentes


nele... Neste tempo, a Marvel era de Martin Goodman, e ele pressentiu que a jogada era alta para um projeto em quadrinhos. Ele não era um super-herói ou algo que já tinha sido feito antes. A coisa mais perto foi Tarzan. De qualquer forma, ele não tinha muito dinheiro para o projeto, e foi então que Barry Smith chegou — [ele foi] bem baratinho. Eu sei quanto ele pagou, e fico extremamente embaraçado de dizer este valor, eu fico embaraçado pela Marvel."



Ernie Chan.


Ernesto Chan foi um quadrinista filipino que era presença constante como desenhista e arte-finalista nos quadrinhos nos Estados Unidos desde a década de 1970, vindo a falecer em 2012, com 71 anos de idade. Ernie Chan, como era creditado, ou Ernie "Chua", devido a um erro da imigração nos Estados Unidos, tem seu nome muito vinculado ao nosso Conan e não poderia deixar de ser mencionado jamais em uma lista.

Ele era um discípulo de John Buscema, atuando entre o início da década de 1970 até o início da década de 1990. Nesse período, ele desenhou e arte-finalizou mais de uma centena de edições do cimério, tanto de Conan the Barbarian, como de The Savage Sword of Conan.


Ao chegar nos Estados Unidos em 1970, Chan começou carreira prestando serviços à DC Comics, que realmente era a referência inicial de muitos quadrinistas da época. Ele trabalhou nas séries de terror do porte de The Unexpected, House of Mystery, House of Secrets e Weird War Tales antes de passar o Batman, tendo desenhado várias histórias da série principal do homem-morcego e da Detective Comics isso ainda em meados da década de 1970. Chan também desenhou inúmeras capas para a editora, onde se destacou.


Na Marvel, além de Conan, ele foi arte-finalista da série do Hulk e teve passagens como desenhista por Kull the Destroyer e Power Man & Iron Fist. Após sua aposentadoria, em 2002, Chan começou a dedicar-se a ilustrações por encomendas para fãs. Ele era presença constante nas principais convenções de quadrinhos, inclusive na San Diego Comic Com.


Interessnate que por vários anos, ele trabalhou com o nome de Ernie Chua, mas mais tarde foi creditado como sendo Ernie Chan. Ele estudou diretamente com John Buscema e trabalhou com ele como arte finalista de Conan durante grande parte dos anos 1970. Ele também escreveu a arte do irmão de Buscema, o também famoso Sal Buscema, em O Incrível Hulk.


Por volta de 1974, ele estava trabalhando regularmente para a Marvel Comics, já com Conan. Entre 1975 a 1976, Chan trabalhou exclusivamente para a DC, incluindo a arte de Claw the Unconquered, escrita por David Michelinie. Enquanto trabalhava na série de Detective Comics, ele desenhou as primeiras aparições do Capitão Stingaree na edição de junho de 1976, bem como em The Black Spiderem, de setembro do mesmo ano. Sob o nome de Chua, ele foi o principal artista de capas da DC Comics entre os anos de 1975 a 1977. Sim, muitos vão lembrar de suas artes de capas e de como ele deu um tom visceral ao Conan da Marvel.



Gil Kane.



Um dos grandes nomes dos quadrinhos por décadas foii Eli Katz, mais conhecido por seu pseudônimo, Gil Kane, englobando os períodos conhecidos como Era de Ouro e Era de Prata dos quadrinhos de super-heróis dos EUA. Kane nasceu em Riga, na Letônia, um país da chamada Cortina de Ferro de tempos de Guerra Fria. Sua família mudou-se para os Estados Unidos no ano de 1929, estabelecendo-se no Brooklyn, onde ele passou boa parte de sua vida.


Aos 16 anos de idade, enquanto estudava na High School of Industrial Art, ele começou a trabalhar em estúdios como assistente. Primeiramente, em trabalhos maçantes, desenhando até as bordas dos quadrinhos. Depois de um mês nesse serviço, Kane já começara a desenhar e a colorir ilustrações, e logo deixou a escola para poder trabalhar o dia inteiro na nona arte.


Nos anos seguintes ele se empregaria em diversas editoras, inclusive na Timely, - Empresa que mais tarde se tornaria a Marvel – aprendendo com artistas de destaque, tais como os grandes Jack Kirby e Joe Simon. Kane, tal como tantos em sua época (Kirby e Burroughs), interrompeu sua carreira brevemente para alistar-se no exército durante a Segunda Guerra Mundial. No final dos anos 1950, ele participou intensamente das publicações da editora DC Comics, ajudando a modelar a dita Era de Prata dos quadrinhos, tornando-se o artista principal de uma série de novos títulos de super-heróis baseados em personagens dos anos 40, tais como Lanterna Verde (1959) e Eléktron (1961).


Ele também continuou a trabalhar para a Marvel, ilustrando muitas das principais revistas da editora dos anos 1960, incluindo aqui o “Homem-Aranha”, o “Hulk” e o “Capitão América”. Kane, no entanto, não gostava quando Vince Colletta, um dos principais arte-finalistas da Marvel na época, passava tinta no seu lápis, um ponto comum entre ilustradores e alguns arte-finalistas.


O fato é que o estilo distinto de Kane, a combinar figuras detalhadas de Frank Frazetta com a violência estilizada e os movimentos exagerados de Jack Kirby, influenciou bastante outros artistas da Marvel na época. Pode-se dizer, que Kane foi um dos pilares imagéticos da Casa das Ideias, ao lado do próprio rei. Entre os projetos paralelos de Kane na época, estão dois longos trabalhos que ele escreveu e ilustrou: “His name is... Savage”, de 1968 e “Blackmark”, de 1971.


Fugindo dos padrões da época, as duas obras foram publicadas em um único volume ao invés de saírem em série, sendo consideradas exemplos de protótipos do formato “graphic novel”. Kane também trabalhou para a TV, modelando o visual de vários personagens de desenhos animados, o que lhe deu ainda maior versatilidade e rapidez.


Da mesma forma, ele também trabalhou para algumas agências distribuidoras de quadrinhos para jornais. Em meados dos anos 1950, foi “ghost”, espécie de assistente anônimo de Frank Giacoia, em seu “Sherlock Holmes”. Anos depois disso, ele ainda criou uma tira de jornal, a “Star Hawks”.


Em 1979, Kane substituiu Russ Manning nas páginas dominicais de “Tarzan”, ficando os roteiros aqui a cargo de Archie Goodwin, tiras essas que saíram até 1981. Em homenagem a seu trabalho de mais de cinco décadas, Kane foi incluído tanto no Hall da Fama do Prêmio Eisner quanto no Hall da Fama Jack Kirby do Prêmio Harvey em 1997.


Gil Kane morreu em 2000, aos 73 anos, na Flórida, em decorrência de complicações resultantes de um câncer. Em Conan, ele fez capas, artes de HQs em diversas revistas do cimério, principalmente Conan The Barbarian. Aliás, uma curiosidade. Kane teria sido o primeiro a dar a ideia de adaptar Conan para os quadrinhos e isso antes de Roy Thomas levar o personagem para a Marvel. Kane chegou a comprar uma história do agente dos espólios de Howard, Glenn Lord, isso para adaptar o conto, Vale do Verme, algo que ele fez anos depois, em 1973 com Roy Thomas e Gerry Conway e que foi lançada agora em “Guerra da Serpente”. Apesar desse conto não ser originalmente de Conan, pode-se dizer que foi Kane o primeiro e pensar em narrativas howardianas na Marvel.


Cary Nord.



Cary Nord é um premiado artista de histórias em quadrinhos, atuando em personagens como Demolidor, X-Men e claro, Conan, o Bárbaro. Ao longo de sua carreira, Cary desenhou praticamente todos os principais personagens dos quadrinhos das grandes editoras de super-herpois dos EUA, tendo trabalhas em Superman, Wolverine, Mutant X, Ghost Rider, Homem-Aranha, Thor e até, Star Wars.


Ele costuma trabalhar também na série aclamada pela crítica, XO Manowar, da editora Valiant Entertainment. Em 2004, Cary recebeu a maior homenagem do setor da nona arte por seu trabalho no personagem Conan, o Bárbaro, levando o famoso Prêmio Will Eisner da Indústria de Quadrinhos de Melhor Edição Individual.


Nascido em Calgary, Alberta, Cary passou a maior parte de sua juventude desenhando, frequentando a Faculdade de Arte e Design de Alberta para logo enviar seu trabalho para a Marvel e DC Comics. Seu esforço e trabalho árduo valeram a pena, e logo ele passou a ser chamado para ilustrar muitos de seus personagens favoritos. “O editor Scott Allie me enviou um e-mail perguntando se eu gostaria de assumir o projeto. Então mandei alguns rascunhos para ele pouco depois. Acho que ele tinha pensado no meu nome quando começaram a procurar um artista para a revista”, disse Nord, que considera Frank Frazetta, sua maior influência. Não por acaso, a versão de Conan predileta do artista é aquela de Frazetta.


Para começar o trabalho com o bárbaro de Howard, Cary Nord pesquisou em livros de história, algo costumeiramente referendado por ele em entrevistas:“Vi antigas civilizações que achei que ficariam bem no mundo de Conan. Quero fazer uma certa autenticidade para passar fidelidade, mas, ainda assim, diferente”.


O artista também fez uma breve análise do personagem, de modo geral, valendo a pena conhecer suas ponderações: “Acho que Conan mexe com algo primitivo. Todos nós temos uma memória distante de lutar contra grandes criaturas, o medo de atacar exércitos e de noites escuras e assustadoras”. Conan não parece temer essas coisas, ou se sente não deixa isso controlar suas ações. Acho que ele é alguém que todos gostariam de ser, faz seu próprio destino e forja seu caminho na vida... com uma espada”.


Particularmente, ele é lembrado nas várias séries que ilustrou pela Dark Horse: “Conan, a Lenda”; “Filha do Gigante de Gelo”, “O Deus Na Urna” (ambas adaptadas de Howard), “Fora das Darksome Hills”, “Na parte de trás do Vento Norte”, “Os Portões do Paraíso”, “Cinzas e Pó”, “Dia da despedida”, “Sangue por Sangue”, “O Templo de Kallian Publico”, “Estrada Hanumar”, “O diabo dentro” e outras tantas narrativas, atuando fortemente entre o ano de 2004 a 2007, tendo o fantástico argumentista Kurt Busiek a seu lado (até Mike Mignola apareceu nessa fase).


Em algumas ocasiões, Nord ilustrava também as excelentes tramas de Timothy Truman, tal como em “Inimigos em Casa”, outra adaptação de Howard, tendo as vezes parceiros renomados nas revistas do cimério, grandes ilustradores do porte de Thomas Yeates, Tom Mandrake, ou até um Thomas Giorello em algumas edições.


Nestor Redondo



Nestor P. Redondo, nasceu a 4 de maio de 1928 e faleceu em 30 de dezembro de 1995. Ele foi um artista de quadrinhos filipino, sendo deveras conhecido por seu trabalho para DC Comics, na Marvel Comics e em outras editoras americanas nos anos 1970 e início dos anos 1980. Em sua terra natal, as Filipinas, ele é conhecido por ser um dos criadores da super-heroína conhecida como Darna.


Na década de 1970, Redondo foi um dos primeiros filipinos a trabalhar para as ditas grandes editoras de super-heróis dos Estados Unidos, seguindo os passos de Tonny DeZuniga. Seu primeiro nos EUA foi desenhar dez páginas de “The King Is Dead”, do escritor Jack Oleck, na DC Comics, além de um “House of Mystery, de setembro 1971.


Durante a década de 1970, Redondo desenhou dezenas de histórias de antologias sobrenaturais para títulos da DC, incluindo House of Secrets, Phantom Stranger, Secrets of Sinister House, The Unexpected, Weird War Tales e The Witching Hour. Ele também desenhou seis das sete edições da Rima, the Jungle Girl, entre maio de 1974 a março de 1975, baseado na heroína de um romance vitoriano, bem como o famoso Swamp Thing, entre agosto de 1974 a julho de 1976.


Ele também participou da coleção de histórias bíblicas do tamanho de um tabloide da DC, com capa intitulada The Bible, mas oficialmente intitulada Limited Collectors 'Edition, de 1975. Nestor Redondo e seu irmão, Frank Redondo frequentemente colaboravam e foram creditados juntos como o “Redondo Studio”, incluindo na série Ragman para DC.



Em 1970, Redondo foi abordado por Vincent Fago, da Pendulum Press, para ilustrar histórias para a nova linha de quadrinhos daquela editora, adaptando clássicos da literatura. Redondo ajudou Fago a recrutar outros artistas de quadrinhos filipinos, que ilustraram quase todos os quadrinhos do Pendulum produzidos. Entre 1973 a 1979, Redondo ilustrou muitas histórias da linha Pendulum Illustrated Classics, incluindo as adaptações de Drácula e Dr. Jekyll e Mr. Hyde, todas reimpressas pela Marvel Comics três anos depois como Marvel Classics Comics.


Outras adaptações ilustradas por Redondo para Pendulum incluídas As Grandes Aventuras de Sherlock Holmes, algumas histórias de Edgar Allan Poe, A Odisséia e Romeu e Julieta. Além disso, Redondo ilustrou uma história em quadrinhos do Pendulum, na Guerra Civil Americana, mais biografias de Madame Curie, Albert Einstein e Abraham Lincoln. Em meados da década de 1980, Redondo assinou a série de viagens no tempo de nome Aztec Ace, da Eclipse Comics, do escritor Doug Moench e dos ilustradores, Michael Hernandez e Dan Day. Em 1990, ele contribuiu para a segunda edição da série da Marvel Comics com o super-herói Solarman, bem a Inovação Comics, Legends of the Stargrazers.


Redondo, claro, colaborou com o escritor Roy Thomas em uma adaptação de Robert E. Howard, Caminhantes de Valhalla, em meados dos anos 1990, mas terminou o livro em quadrinhos Ele se enquadra nesta lista porque ele esteve em The Savage Sword of Conan números 51, 85 e 90, em 1980 e em 1983, além de em Red Sonja volume 3 de 1983. Algumas capas dele do cimério são épicas e merecem destaques especiais.


Pablo Marcos


Ilustrador de lindos desenhos em preto e branco e artes de capas de Conan, Pablo Marcos Ortega, conhecido profissionalmente como Pablo Marcos, nasceu em 31 de março de 1937, em Laran Chincha Alta, no Peru. Ele foi um dos desenhistas mais conhecidos de seu país e um dos mais conhecidos na América por seus trabalhos em Batman e Conan, principalmente na década de 1970. Ele foi um dos responsáveis pela criação do personagem Zumbi (Simon Garth) para a Marvel, quando desenhou as aventuras desse personagem em histórias em branco e preto para a revista Tales of the Zombie, entre 1973 e 1975.


Sonny Trinidad


Autor de lindas capas de Conan, incluindo aqui a Espada Selvagem de Conan, números 6, 9, 10, 37, Celso L. "Sonny" Trinidad (falecido em 23 de novembro de 2009) é mais um artista de quadrinhos da invasão filipina que trabalhou nas indústrias de quadrinhos de seu país e na norte-americana. Nos Estados Unidos, ele é mais conhecido por seu trabalho na Marvel Comics em meados da década de 1970. Foi lá que ele começou a usar o pseudônimo de “Slammin 'Sonny Trinidad”, recebendo tal alcunha nos "Bullpen Bulletins".


Trinidad forneceu arte completa ou tintas sobre as ilustrações de outros artistas, incluindo nomes como John Romita Sr. e John Buscema, isso em títulos de terror como Vampire Tales (histórias de Morbius the Living Vampire, escritas por Doug Moench), Dracula Lives, Marvel Chillers e The Son of Satan. Isso sem falar nos títulos de fantasia e aventura do porte de Skull the Slayer, A Espada Selvagem de Conan e as Mãos Mortais do Kung Fu.


Outros destaques dos trabalhos de Trinidad na Marvel incluem, Hellfire Helix Hex, escrita por John Warner para a Marvel Presents de dezembro de 1975; além de uma escrita por Bill Mantlo e desenhada por Tom Sutton em Man From Atlantis, de fevereiro de 1978. Interessante que Trinidad era frequentemente contratado para fazer adaptações, sedo uma de suas maiores encomendas a estreia do filme Marvel Movie Premiere de uma revista em preto e branco, que apresentou a adaptação dele e do escritor Marv Wolfman do filme de 1975, intitulado de The Land That Time Forgot.


Com Roy Thomas, junto do desenhista John Buscema, Trinidad adaptou “The Pool of the Black One” de Robert E. Howard em Savage Sword of Conan números 22 e 23, de setembro e outubro de 1977. Com o escritor Doug Moench,, Trinidad adaptou também HG Wells, com “The Food of the Godspara” no Marvel Classics Comics de 1977.

Esteban Maroto


Artista espanhol que começou sua carreira nos anos de 1960 e ganhou destaque ao ilustrar a série Cinco por Infinitus, de 1967. Maroto ilustrou Wolff, que foi publicado no Reino Unido pela New English Library, isso na revista Dracula. A publicação foi editada nos Estados Unidos pela Warren Publishing Company com o título de Dracula Book 1, isso em 1972, tendo a capa, claro, de Esteban Maroto.


Nos anos 1970, Esteban Maroto começou seu próprio trabalho na Revista Trinca da Espanha, com uma narrativa de nome Alma de Dragón. Maroto iniciou trabalhos também para a editora americana, Warren Publishing, por volta de novembro de 1971, quando artistas espanhóis foram agenciados pela Selleciones Illustrada. Sua arte logo apareceu em três revistas de horror famosa: Creepy, Eerie e Vampirella.


A primeira história de Maroto, "Wolfhunt", surgiu em uma edição de Vampirella, e logo Maroto rapidamente se tornou um dos mais bem conhecidos e aclamados dos artistas espanhóis da Warren, sendo aclamado pela crítica e público. Maroto venceu o Warren Award como melhor artista/escritor de 1972. A história chamava-se, A Scream in the Forest ("Um grito na floresta") e venceu como melhor arte de 1973.


Maroto permaneceu na Warren até 1983. Seu trabalho com quadrinhos de horror nessa editora ficou conhecido no Brasil com a publicação da revista Kripta, pela Rio Gráfica Editora, lançada em 1976. Antes dela, a Ebal tinha publicado a série "Cinco por Infinitus", no ano de 1971.


O colocamos nessa lista não apenas por sua qualidade nas artes de fantasia e horror, incluindo Conan. Pois foi ele que desenhou o biquíni metálico de Red Sonja em Savage Tales, bem como na primeira revista, The Savage Sword of Conan. Ele desenhou a primeira aventura solo da heroína, com arte-final de Neal Adams e Ernie Chan, além de redesenhar a personagem Satana para a Marvel Comics e ilustrar a segunda história solo na revista Vampire Tales. Mais tarde, Maroto trabalhou em diversas séries, incluindo, Ametista, Zatanna, Crônicas da Atlântida, A Espada Selvagem de Conan, Cadillacs e Dinossauros, Vlad, o empalador e X-Men Unlimited.


Rudi Nebres



Rodolfo D. Nebres, nasceu em 14 de janeiro de 1937. Ele é mais um artista de quadrinhos filipino que trabalhou na indústria dos EUA, sendo conhecido por suas linhas de tinta exuberantes e detalhadas. Como outros tantos de sua geração, o período mais prolífico de Nebres na nona arte foi no final dos anos 1970 e ao longo dos anos 1980. Pode-se dizer que ele é um dos ilustradores de Conan mais conceituados, sempre lembrado pelos leitores e adoradores das tramas do cimério.




5. A questão da arte-final sobre o traço de John Buscema: Alfredo Alcala, Tony DeZuniga e os grandes artistas filipinos


Existe uma entrevista de John Buscema em que ele afirma que não gostava de muitas artes finalizações em suas artes, criticando os filipinos, Alfredo Alcala, inclusive. Muito pelo excesso de rachuras utilizadas por esses ilustradores. Alcala se ressentia disso e costumava afrmar que a arte de Buscema entregue era muito crua, quase um esboço e ele tinha que fazer quase tudo a partir do que recebia. É notório que Buscema tinha conhecimento de anatomia e sua noção de movimento era ótima, segundo muitos entendidos, mas ao ver os desenhos enviados ao arte-finalista filipino – mostrados pelo filho do ilustrador, em uma Live no Fórum, Conan o Bárbaro –, fica claro que muitas artes de “Big John” deixam muita margem para quase todo um trabalho. Mas vamos conhecer dois dos grandes nomes desses ilustradores filipinos.


Alfredo Alcala


O interesse de Alfredo Alcala por histórias em quadrinhos começou na infância. Ele abandonou a escola no início da adolescência para seguir carreira no ramo da arte, inicialmente como pintor de cartazes e artista comercial. Posteriormente, ele conseguiu um emprego em uma ferraria, projetando lâmpadas e móveis domésticos, bem como um púlpito de igreja.


Durante a ocupação japonesa das Filipinas, na Segunda Guerra Mundial, Alcala desenhou imagens reveladoras dos equipamentos e posições das forças invasoras para auxílio das tropas americanas, fato mencionado por seu filho, de que ele costumava senta na sombra de uma árvore em frente a uma base japonesa de modo a desenhar o lugar.


Inspirado pelo trabalho de Lou Fine e de outros cartunistas famosos, Alcala começou sua carreira em quadrinhos em outubro de 1948, começando com uma ilustração em Bituin Komiks, na Star Comics. No final do mesmo ano, ele já estava desenhando para a Ace Publications, a maior editora de quadrinhos das Filipinas, tornando-se ali um dos maiores nomes da nona arte. A Ace foi a editora de quatro títulos de Alcala (Filipino Komiks, Tagalog Klassiks, Espesial Komiks e Hiwaga Komiks), cada um apresentando seu exímio trabalho.


Ukala, de 1950, foi um de seus primeiros grandes quadrinhos em termos de crítica. Embora sua carreira tenha se expandido rapidamente, Alcala nunca usou assistentes para completar seu trabalho. Ele costumava dizer: “De alguma forma, senti que no minuto em que você deixa outra pessoa tomar parte em seu trabalho, não importa o que aconteça, não é mais você. É como andar de bicicleta feita para dois”.


Laborioso, dinâmico, rápido e detalhista, ele acabou se tornando uma estrela do cenário de quadrinhos filipino, tão famoso que um periódico levou seu nome, Alcala Komiks Magasin. Em 1963, ele criou uma HQ chamada de Voltar, cujo personagem titular é anterior à interpretação de Frank Frazetta de Conan, mas que tem uma semelhança mais do que passageira. Em outras palavras, Alcala pegou elementos do imagético do Conan vindouro em Voltar, mesmo sem representar qualquer imitação, mas sim o labor de um visionário.


Voltar se tornou um sucesso premiado nas Filipinas e, eventualmente, no exterior. Existe, inclusive, um projeto de trazer as narrativas de Voltar para o Brasil, e isso por uma grande editora de nossas terras. Interessante que o estilo artístico maduro de Alcala refletia seu interesse pelas xilogravuras e águas-fortes do mestre renascentista, Albrecht Dürer, além dos desenhos do ilustrador australiano, Walter Jardine ou mesmo do ilustrador americano, Franklin Booth, que tinham a aparência de gravuras. Alcala também citou o trabalho do artista britânico, Frank Brangwyn como uma grande influência para sua arte.


O cartunista Tony DeZuniga, como bem sabemos, foi o primeiro artista filipino a se mudar para os Estados Unidos para trabalhar para a DC Comics, em 1970, seguido por Nestor Redondo e Gerry Talaoc, surgido assim a chamada Tribo, como eram chamados tais artistas filipinos. Em 1971, Alcala se juntou a eles e começou uma década de trabalho para a DC e para a Marvel Comics, em diversos títulos de terror e fantasia.


Eventualmente, ele se mudou para a cidade de Nova York, por volta de 1976. Ele foi um dos artistas licenciados do filme, Planet of the Apes e também ajudou a recrutar artistas filipinos emergentes, como Alex Niño. Em 1975, Alcala e o escritor Jack Oleck criaram “Kong the Untamed” para a DC Comics. Mais tarde, naquele mesmo ano, Alcala desenhou Marvel Treasury of Oz, uma adaptação em quadrinhos de The Marvelous Land of Oz. Alcala juntou-se à Warren Publishing em 1977 e desenhou 39 histórias para essa editora, entre 1977 a 1981. Sua série Voltar foi reimpressa nos EUA, nas edições 2 a 9 da revista, The Rook.


Alcala executou 12 histórias em quadrinhos de cinco painéis para a revista masculina de nome Adam. A tira, Terra O'Hara, foi escrita por Donald (Don) F. Glute e apareceu em 12 edições sucessivas de Adam, entre dezembro de 1979 a novembro de 1980. No início desse mesmo ano, ele desenhou uma tira de jornal para Star Wars e escreveu revistas em quadrinhos famosas, tais como de Conan, o Bárbaro, principalmente por cima dos lápis de John Buscema, pintando também a arte a lápis de Don Newton em Batman.


Com o fracasso dos títulos de terror da DC e da Warren na década de 1980, muitos dos colaboradores filipinos voltaram-se para o campo da animação na Califórnia e, na década de 1990, Alcala fez o mesmo movimento. Ele também ilustrou o romance Daddy Cool, escrito por Donald Goines. Seu último trabalho nos quadrinhos foi para a Paradox Imprensa, chamado de “The Big Book of Thugs. Estávamos no ano de 1996.


Em 8 de abril de 2000, Alcala morreu de câncer, no sul da Califórnia, deixando sua esposa, Lita e seus dois filhos, Christian Voltar e Alfred Alcala Jr. Esse último conversou conosco no canal do Fórum e disse algumas coisas muito interessantes sobre seu pai.


Segundo Alfredo Jr, as influências do pai eram várias, de Lou Fine, passando por Alex Raymond e até Hall Foster, disponíveis nas Filipinas. Ele citou também o Lian Deker, além de Normal Rockwell e Bill Corwell, esses dois, pelo menos até o ano de 1963, principalmente Lou Fine e Lian Deker com suas roupas e dobras de roupas detalhadas. Sem falar, nas gravuras de Gustave Doré. Muchá, em art nouveau.


Segundo dizia-se, Alcala fazia de seis a oito páginas ao dia. Tanto Alcal Jr, na entrevista, como Mark Evanier contam uma estória muito boa sobre a rapidez do ilustrador filipino. Contam eles que a transição de Alcala para o mercado americano começou no início dos anos 1970, quando um intermediário conseguiu que um grupo de artistas oriundos das Filipinas vendesse seus trabalhos para a DC Comics.


Alfredo sempre contou a história de ter ido a um hotel, em Manila, para mostrar seus desenhos a Joe Orlando, um dos editores sênior da DC na época. Orlando ficou naturalmente impressionado com a qualidade do trabalho que lhe foi mostrado. Ele disse a Alfredo que a DC o contrataria e perguntou quantas páginas por semana ele poderia produzir. A resposta teria sido:

- Quarenta – disse Alfredo.


O editor ficou surpreso com aquilo. O menos esgotável artista de DC, na época teria dificuldade em escrever e pintar dez páginas em uma semana. Então ele percebeu que Alfredo provavelmente presumiu que ele usaria apenas lápis ou apenas tinta. Logo, Orlando refutou.


- Não, não – disse Orlando – Queremos que você faça toda a arte ... lápis, tinta e até mesmo letras.

- Entendo – Alfredo murmurou – Eu uso o lápis, eu escrevo, eu faço a letra?

- Sim – Orlando assentiu – Agora, quantas páginas por semana você acha que pode fazer?

- Quarenta – disse Alfredo.


Mais uma vez, o editor ficou surpreso. Obviamente, houve algum tipo de mal-entendido naqueles números. Ele percebeu que o artista antes dele estava pensando em termos de páginas muito simples, com apenas dois ou três painéis em cada uma e nenhum detalhe. Felizmente, Orlando trouxe consigo várias dezenas de páginas de arte original de livros anteriores da DC. Ele mostrou a Alfredo algumas páginas de Neal Adams, Joe Kubert, Curt Swan e outros.



-Queremos um trabalho assim... esses muitos painéis por página e tão detalhados – explicou Orlando.

- Oh – Alfredo concordou –Você quer que eu escreva, escreva e escreva páginas como esta?

- Sim.

- Bem – explicou Alfredo – Isso muda as coisas.

- Eu acho que sim – Orlando fungou – Agora então ... quantas páginas por semana você acha que pode fazer?

- Oitenta! – disse Alfredo.


Alcala era rápido e versátil e logo todos comprovaram que ele dizia a verdade. Tanto é que ele, muito engenhoso que era, segundo seu filho, adaptou uma caneta pincel para não perder tempo. Ele pegou uma caneta tinteiro da Pentel, que vinha com tinta, cortou os pinceis nanquim e os colocou ali dentro. Isso para não parar no tempo entre molhar o pincel e desenhar.


Com esse talento todo, rapidez, engenhosidade, ele arte-finalizou obras do porte de Xuthal do Crepúsculo de Conan ou Slithering Shadow como ficou mais conhecida, além de “O Poço Macabro” e “Falcões de Shem”. Alguns dizem que a sinergia entre Roy Thomas, John Buscema e Alfredo Alcala representou o melhor de todos os trabalhos em um certo bárbaro que todos conhecemos.


Tony DeZuniga



Antony de Zuñiga nasceu a 8 de novembro de 1932 e faleceu em 11 de maio de 2012, trabalhando como quadrinista ilustrador e arte finalista com o nome de Tony DeZuniga. Ele foi mais um artista de quadrinhos e ilustrador filipino, ficando mais conhecido por seus trabalhos na DC Comics. DeZuniga foi o primeiro artista de quadrinhos filipino cujo trabalho foi aceito pelas grandes editoras americanas, abrindo caminho para que os demais entrassem na indústria internacional da nona arte. Os nomes que já tratamos nesse texto vieram, portanto, depois dele, pois foi quem abriu caminho para a chamada Tribo.


DeZuniga tornou-se então um excelente colaborador regular da DC Comics. Tanto é que ao lado do escritor John Albano, ele co-criou o personagem de faroeste de longa duração, o hoje canônico, Jonah Hex. O mesmo valendo para a colaboração com o escritor, Sheldon Mayer, criando com ele o primeiro Black Orchid. DeZuniga serviu como uma introdução ao que seria um influxo de artistas filipinos para os quadrinhos americanos na década de 1970, levando Orlando Joe e o editor Carmine Infantino a visitar as Filipinas em 1971, de modo a procurar talentos. Bem sabemos que eles encontraram Alcala na ocasião, além de Alex Niño, Nestor Redondo e Gerry Talaoc.


Ele foi também responsável pela descoberta do artista Steve Gan e foi o agente de arte de Gan nos Estados Unidos, encarregado de importar suas obras de arte das Filipinas para a Marvel. DeZuniga assinou a arte de lápis de John Buscema para o Marvelous Wizard of Oz em 1975, baseado na obra da MGM. Esta adaptação em quadrinhos do filme da Metro-Goldwyn-Mayer foi a primeira publicação conjunta entre a Marvel e a DC Comics.


Assim como outros filipinos, DeZuniga se mudou de volta para Nova York em 1977, trabalhando para as duas grandes por longos 18 anos. Mais tarde ele se tornou um designer conceitual de videogame, passando uma década com as divisões dos Estados Unidos e Japão da Sega. Ele igualmente fez trabalhos freelance para McGraw Hill e a Scholastic Corporation, e ilustrou lindas artes para o jogo Dungeons & Dragons da TSR, em livros como In Search of Dragons. Em 1989, ele ilustrou The DragonLance Saga Book Three, escrito por Roy Thomas.


Após tais atividades, DeZuniga começou a fazer pinturas por encomenda e a ensinar arte. Seu trabalho já foi tema de pelo menos uma exposição em alguma galeria dos EUA. Ele voltou para Jonah Hex com Jonah Hex: No Way Back, uma história em quadrinhos lançada para coincidir com o filme do personagem. “Uma Bruxa Nascerá”, adaptação famosa do conto de Howard tem uma capa linda do ilustrador, com Conan e Taramis a seus pés. Segundo alguns, talvez seja essa a melhor arte das adaptações de Howard para Conan.


CONTINUA...

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