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Raças e Culturas da Era Hiboriana - PARTE III | Hiborianos

A terceira parte da série de posts que abordam os principais elementos que compõe as raças criadas por REH para povoar a era Hiboriana das histórias de Conan.


por Marco A. Collares

Parte III


Finalizamos a parte das culturas hiborianas. Alguns reinos e povos, como os zíngaros serão colocados entre outras raças devido ao seu hibridismo, contando com povos autóctones mesclados da Península de Zing, os pictos, os shemitas e até os hiborianos. Apesar de seus fortes elementos culturais civilizados e hiborianos, escolhemos colocar os zíngaros entre as demais raças da Era Hiboriana. Ao terminar as culturas da raça hiboriana aqui, deixamos claro que seguiremos na próxima postagem com outras raças criadas pela máquina de Robert Howard, incluindo os cimérios, os nordheim, os shemitas, os zhemris (zamorianos), os estígios, os hirkanianos (incluindo o reino de Turan), dentre outras, sejam elas raças e culturas civilizadas ou bárbaras. Também traremos caracterizações dos povos de khitai do oriente e dos povos negros do sul, com suas diferentes culturas.


BRITUNIANOS

As pátrias continentais dos anglos e saxões que invadiram a Grã-Bretanha, que é a origem do nome. Semanticamente, o nome Britúnia é do galês Brython , Briton, derivado da mesma raiz que o latim Brito, Britannia, embora Howard tenha declarado que o nome era mantido pelos aesir e nemedianos que se estabeleceram. lá. A terra é representada geograficamente na Polônia moderna, na Lituânia e na Letônia (Texto extraído de “A Filosofia em Conan”, de Afrânio Tegão, baseado em relatos de Robert Howard e em estudos sobre o autor e sua obra).


Um reino desarticulado (talvez fosse mais conveniente chamá-lo de confederação), formado por cidades-estado, localizado a leste da Nemédia, ao sul da Hiperbórea e do Reino da Fronteira, e ao norte de Corínthia e Zamora. Supõe-se que sua fronteira nemédia fosse um rio com cabeceira no norte. Outro rio, o Glacial, vertia para leste, ao longo do lado brituniano das Montanhas Graaskal. E assim está constituída a fronteira setentrional. As terras altas a nordeste eram entrecortadas por numerosas passagens, através das quais penetraram invasores hyrkanianos durante os anos que sucederam a Era de Conan. O interior da Britúnia era uma terra de planícies (pradarias) férteis, com subcamadas úmidas, entremeadas de densas florestas de coníferas habitadas por lobos. É provável que, em sua origem, Britúnia fosse uma região agrícola, estando sua aristocracia firmada na posse da terra. A etnogenia brituniana é complexa. Dizem que o povo é uma miscigenação de refugiados da Hiperbórea anterior e da antiga Acheron com os posteriores invasores hiborianos e zamorianos. É dessa intensa miscigenação racial que se explica a configuração das mulheres britunianas, tidas como loiras, sagazes, de grande beleza, e, por isso, muito visadas por comerciantes de escravos (Robert Howard – Extraído do Site: As Crônicas da Ciméria).


Um reino culturalmente hiboriano e deveras desarticulado (talvez fosse mais conveniente chamá-lo de confederação), formado por cidades-Estado ou mesmo por feudos nobiliários em caso da zona rural, localizado a leste da Nemédia, ao sul da Hiperbórea e do Reino da Fronteira, e ao norte de Corínthia e Zamora.

Camponeses e aldeões, um ar de Baixa Idade Média no ar. Esta ilustração não retrata a Britúnia, mas poderia tranquilamente.

Sua fronteira nemédia seria um rio com cabeceira no norte. O Glacial segue para o leste, ao longo do lado brituniano das geladas Montanhas Graaskal. E assim temos a fronteira setentrional. As terras altas a nordeste são entrecortadas por numerosas passagens, em que penetraram invasores hyrkanianos durante os anos posteriores ao domínio de Conan sobre a Aquilônia.


O interior da Britúnia é uma terra de planícies (pradarias) férteis, com subcamadas úmidas, entremeadas de densas florestas de coníferas habitadas por matilhas de lobos. Em sua origem, a Britúnia seria uma região agrícola, sendo sua aristocracia terratenente.


A etno-genia brituniana é bastante complexa. O povo parece uma miscigenação de refugiados de diversas partes, da Hiperbórea Anterior e do antigo reino de Acheron antes da chegada das vagas hiborianas. A mistura racial se formou depois, quando chegaram os invasores, entre hiborianos e zamorianos. Ou seja, os britunianos são uma raça híbrida que se considera parte hiboriana, pelo menos culturalmente, usualmente colocada entre as Nações e Raças Hiborianas.


É dessa intensa miscigenação racial que se explica a configuração das mulheres britunianas, tidas como loiras de pele morena, olhos azuis ou lilás, atarracadas e corpulentas, de grande beleza, e, por isso, muito visadas por comerciantes de escravos nos diversos reinos hiborianos, principalmente a Hiperbórea e nos reinos mais a leste, incluindo Turan.


Os homens, por sua vez, possuem pele morena, atarracada e olhos claros, sendo considerados propícios para trabalhos agrícolas, de pastoreio e cuidados com ovelhas e gado. Mesmo assim, uma mulher brituniana, por sua beleza e por serem consideradas ávidas por sexo e facilmente “amansadas”, segundo o senso comum hiboriano valem mais do que o dobro dos homens como escravas.


A escravidão é um problema no pequeno reino. Comerciantes de escravos nemédios e zamorianos costumam perambular pela região, literalmente sequestrando mulheres para vender no oeste como consortes e prostitutas. Os estrangeiros são vistos com desconfiança por causa dessas práticas escravocratas e os britunianos vivem com esse mácula e desconfiança. Pode-se dizer que existe um vazio nas famílias pelo vazio de suas filhas que foram levadas como escravas.


Politicamente os britunianos são fragmentados e o rei acaba tendo que lidar com uma nobreza independente de sua vontade, cada qual com seu policiamento e seus exércitos particulares. As sacerdotisas de Wiccana possuem muita influência na escolha dos líderes e juízes das zonas mais afastadas, principalmente no nordeste, onde não existem líderes hereditários.

Os britunianos seriam equivalentes aos povos da baixa idade média, como aqui nesta ilustração de Sergej Dubovik.

Os britunianos são tidos como grosseiros e rústicos e não seria incomum os hiborianos os considerarem bárbaros, apesar deles se afirmar civilizados. O rei, com sede em Kelbaza possui uma tropa ligeira, mas tem dificuldade que internamente e externamente seja reconhecido como o real governante, principalmente por suas forças não superiores a qualquer nobre brituniano.


As mulheres normalmente cuidam do tear e da casa e os homens da lavoura, existindo uma distinção marcante quanto as funções de gênero. O casamento é feito pelo dote e arranjos são comuns entre nobres para o aumento de seus feudos e quando as mulheres ficam viúvas elas voltam para a casa do pai.


O poder das sacerdotisas de Wiccana é parte do aspecto matriarcal e da natureza da raça e da cultura brituniana. O clima é exagerado, com neves fortes no inverno, ao norte e muitas chuvas no centro, principalmente no verão e no outono.


Os britunianos do centro adoram Mitra, mas deuses de Turan e de Zamora podem ser invocados em algumas regiões. No interior e na zona rural do nordeste do reino, as sacerdotisas de Wiccana possuem certa unidade em torno de seu credo pela mãe da natureza e remetem a aspectos de uma religiosidade ancestral do povo, antes da chegada dos hiborianos.


HIBORIANOS DO REINO DA FRONTEIRA

Pequeno reino localizado entre Ciméria, Nemédia, Aquilônia, Britúnia e Hiperbórea. As montanhas Eiglophianas separam o sul da Ciméria deste reino, marcado por pequenos feudos independentes entre si, de senhores nobiliários e guerreiros hiborianos que teriam sido derrotados por outros senhores mais poderosos ou simplesmente, que teriam se dirigido para esse território arenoso por discordarem dos poderosos das dinastias hiborianas mais conhecidas.


O fato é que quando os hiborianos desceram do norte e passaram a conquistar as terras do sul continental, eles criaram reinos poderosos, sendo a Nemédia, Koth e Hiperbórea apenas os primeiros deles. Muitos senhores hiborianos lutavam entre si e os derrotados passaram a ocupar o “Reino da Fronteira”, de modo a não prestar contas a nenhum senhor, suserano ou rei.


Além dos feudos independentes, o reino possui pântanos que abrigam os chamados, “Homens Degenerados”, que não são nada mais do que os ancestrais dos primeiros homens que lá viviam ou mesmo aqueles que fugiram das vagas hiborianas vindas do norte ou até mesmo aqueles que seriam de alguns grupos hiborianos que foram exilados em meio aos embates entre os poderosos senhores da guerra dos reinos do oeste.


Muitos destes Homens Degenerados vivem nos pântanos sombrios do reino, vergando clavas e usando peles ou loinclots pelos corpos e se alimentando de criaturas selvagens, incluindo anfíbios gigantes dos charcos pantanosos, que caracterizam a região.


Vários senhores do Reino da Fronteira são nemédios ou mesmo aquilônios de origem, guerreiros impiedosos que fugiram de seus respectivos reinos devido às disputas políticas com outras facções nobiliárias específicas.

Os povos do Reino da Fronteira seriam nada mais que uma mescla de nemédios, aquilônios, kothianos, argoreanos e ophireanos.

O terreno do pequeno “reino” feudal é arenoso ou pantanoso. Uma neblina quase constante encobre a região e as pequenas vilas de taipas são centralizadas por um galpão que pode caracterizar o castelo do senhor em muitos dos casos. O povo não forma uma raça específica, sendo nada mais do que a mescla de grupos hiborianos, tais como nemédios, aquilônios, kothianos, argoreanos e ophireanos.


Muitas caravanas preferem passar pela região e pagar vários tributos para os senhores feudais diferentes existentes no “reno” do que pagar os exorbitantes impostos das estradas munidas com tropas nemédias, levando a uma situação de aparente segurança, apesar do ermo melancólico e arenoso que conforma o lugar.


A hierarquia social é nobiliária, sendo o senhor feudal quase que um “caudilho” a regular as relações sociais como um todo. As infantarias irregulares, piquetes e cavalarias ligeiras caracterizam as forças do reino, sendo um lugar perigoso a noite, devido a ação constante dos Homens Degenerados, atacando caravanas e roubando as cargas.


A língua e a religião seguem o viés dos dois reinos hiborianos civilizados mais famosos, principalmente a Aquilônia e a Nemédia, sendo esse reino feudal uma espécie de entrave hiboriano independente, mas que constantemente está sob o olhar altivo dos interesses geopolíticos das poderosas nações do oeste da Era Hiboriana.


HIPERBÓREOS

Finlândia, Rússia e os Países Bálticos (Hiperbórea). É uma terra no "norte mais externo", de acordo com o historiador grego Heródoto. A Hiperbórea de Howard é descrita como o primeiro reino hiboriano, "que teve seu início em uma crua fortaleza de rochas empilhadas para repelir o ataque tribal" (Texto extraído de “A Filosofia em Conan”, de Afrânio Tegão, baseado em relatos de Robert Howard e em estudos sobre o autor e sua obra).


Um dos mais antigos reinos da Era Hiboriana, a Hiperbórea era semi civilizada, sendo de longe a mais avançada dos reinos nórdicos. Foi um dos primeiros reinos a construir fortalezas de pedra. Suas fronteiras são Aesgaard e Ciméria, ao Oeste; o Reino da Fronteira, ao Sudoeste; a Britúnia, ao sul; e os desertos turanianos, ao leste. Os hiperbóreos são antigos inimigos dos cimérios e aesires (Robert Howard – Extraído do Site: As Crônicas da Ciméria).


A Hiperbórea é uma terra quase perdida no grande ermo entre oeste e leste do continente, um lugar gélido na maior parte do ano e envolto na escuridão por mais de um mês. Nessa imensidão gelada e quase vazia, por volta de dois mil anos atrás, uma tribo hiboriana, comumente denominada de hiperboris se refugiou em um forte de barricadas de madeira em meio aos combates incessantes pelos domínios daquelas terras inóspitas.


Com o tempo, após muitas escaramuças como os povos autóctones, mais os grupos raciais que vinham do leste em suas vagas expansionistas, os hiperbóris começaram a construir imensos castelos de pedra bruta com paredões lisos imensos e quase impenetráveis.


Eles foram, portanto, os primeiros hiborianos a construírem fortes dessa envergadura, tornando-se orgulhosos e, às vezes, protegendo as tribos locais contra invasores, tornando tais construções de pedra cada vez mais inexpugnáveis, além de um traço marcante de sua cultura.


Logo, o espírito belicoso dos hiperbori começou a atacar outros grupos e tribos locais, bem como outras vagas hiborianas que desciam da região norte, expulsando seus primos para o sul continental. Eles se mantiveram em seus castelos inexpugnáveis e em suas terras gélidas ao norte e adotaram o nome do Antigo Reino da Hiperbórea, criado antes disso pela Raça Antiga, tornando-se com isso um dos povos hiborianos mais antigos a ter um reino específico entre os senhores do oeste.


Altos, esguios e pele cinza: assim foram descritos os exóticos hiperbóreos.

A hiperbórea hiboriana (que possui forte influência da Antiga Hiperbórea da Raça Antiga, principalmente no que concerne ao poder das feiticeiras/sacerdotisas de Louhi e feiticeiros/sacerdotes do Círculo Branco, grupo que governa o reino) foi muito importante para manter a existência dos reinos hiborianos do oeste, tornando-se uma espécie de barreira contra as vagas hyrkanianas que atacaram a região há cerca de 1500 anos antes do reinado de Conan, utilizando seus poderosos castelos de pedra para suas vitórias bélicas.


O avanço dos povos de nordheim contra a Hiperbórea hiboriana, principalmente dos loiros aesires, que costumeiramente eram escravizados pelos guerreiros deste reino, também marca a história local. Os nordheim atacaram os povos hiborianos no norte com a ajuda de outro grupo ocasionalmente escravizado pelos hiperbóreos, os cimérios, sendo tais grupos barrados apenas pelos guerreiros entrincheirados nos castelos e fortes hiperbóreos, crescendo cada vez mais as rivalidades entre aesires/cimérios (comumente aliados) contra os hiperboris (conta-se que Conan, em sua juventude foi por algum tempo feito escravo entre os hiperbóreos).


A região é estéril e os ursos são grandes e perigosos. As cidades são feitas de pedra bruta sem argamassa, com poderosos castelos contendo paredões lisos de quinze metros de altura, larguras proeminentes e janelas fechadas em estilo “românico” para arqueiros e seteiros.

Os hiperbóreos são altos, esguios e possuem pele pálida, cabelos castanhos claros, cinzentos ou negros azulados, olhos verdes ou castanhos claros, parecendo-se com os povos eslavos da Rússia de nossa própria história, bem como de regiões da Europa Oriental em volta da mesma.


A sociedade é rígida, com as sacerdotisas feiticeiras da Mão Branca no topo da hierarquia, seguidas dos sacerdotes/feiticeiros homens, os assassinos da Mão em segundo lugar, seguidos por sua vez pelos imponentes senhores guerreiros dos castelos e fortalezas de pedra, sendo os construtores igualmente respeitados por seus afazeres e atividades.


A magia de seus conjuradores vincula-se aos poderes gélidos e ao controle dos mortos e da morte em geral. Os assassinos costumam usar máscaras brancas como se eles não tivessem rosto, vergando bastões com pontas de metal circulares e que servem para torturar e matar suas vítimas, fazendo danos localizados nos pontos vitais das mesmas.


O analfabetismo do povo é comum e o frio extremamente intenso da região é quase que mortal para os de fora e para aqueles que não se protegem adequadamente. Pode-se dizer, que tal como ocorre na ciméria e no extremo norte gelado de nordheim, o cenário hiperbóreo é agressivo, podendo matar tal e qual qualquer criatura viva existente.

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